“Grau ZERO” faz curta temporada no Espaço Tápias

Diário Carioca

“Grau ZERO”, de Diogo Liberano, explora a manipulação de narrativas e a importância da autonomia de pensamento, questionando o momento atual do país.

Esta peça nasce das provocações artísticas entre Diogo Liberano e Marcéu Pierrotti. Liberano questiona os meandros da educação, por seus desdobramentos no mestrado, e principalmente por exercer o ofício de professor universitário. E Pierrotti explora e aprofunda na linguagem cênica os conteúdos levantados pela dramaturgia, “Busco trazer para a cena vestígios de acontecimentos, múltiplos caminhos para o mesmo fato, tensionando o que é verdade, o que realmente aconteceu, deixando assim o público ativo e autônomo para construir em sua cabeça a narrativa que lhe interessa. A intenção é construir uma montagem vibrante e provocadora.”

“Grau ZERO” conta a história de três alunos, reprovados em uma disciplina do curso de mestrado em História, que contestam sua professora sobre o grau zero recebido em suas monografias. Diante desse embate, todos tentam compreender como é possível escrever outra história. A professora é uma mulher que busca investigar, durante a disciplina que leciona, questionamentos sobre a escrita da História e sobre o fazer historiográfico. Para isso, ela compartilha com uma turma de mestrandos as suas indagações – especulando caminhos para aquilo que ela julga ser de extrema importância: como escrever a História junto ao calor de seus movimentos?

Seria possível contar o que está acontecendo no mundo contemporâneo a partir de uma escrita também contemporânea, conectada ao que está ocorrendo? O que acontece, no entanto, é que o propósito dessa professora é lido de uma maneira negativa por três de seus alunos que, em vez de aproveitarem o jogo proposto pela professora, ficam à espera de uma resposta definitiva para uma pergunta que nunca quis ser respondida: como escrever outra História? O quanto nos dispomos a ler, interpretar e intervir no nosso tempo presente ou não, o quanto somos preguiçosos em relação à nossa época? Interessa à professora que se possa, frente a uma determinada época, interpelá-la criticamente, desconfiando de seu curso e de tudo aquilo que se tornou natural.

SERVIÇO:v

Datas: temporada até 28 de agosto de 2022

Horários: sáb e dom às 20h

Local: Espaço Tápias – Sala Maria Thereza Tápias (Av. Armando Lombardi, 175 – entrada pela Rua Pedro Bolato, s/nº, Barra da Tijuca, ao lado do restaurante La Mole)

Ingressos pela Sympla ou na bilheteria do Espaço Tápias – aos sábados e domingos, de 15h às 20h

Duração: 70 minutos

Classificação indicativa: 14 anos

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca