“Pá de Cal (Ray-lux)”, peça de Jô Bilac, volta ao circuito carioca, em temporada em Ipanema. A trama da peça parte da morte de um personagem central, ou seja, ele está ausente. Aliás, o mesmo acontece com suas irmãs que mandam representantes para a reunião “familiar” na qual irá se definir o destino do pai dessa família e também o destino da mãe do morto (uma ex-empregada da família), que também manda um representante legal. O morto, aliás, também é representado por uma pessoa com quem conviveu em terras estrangeiras.
A peça lida com a terceirização de responsabilidades e de como essas representatividades interferem na boa condução das questões. Toda a ação se desenrola na casa onde mora o patriarca, local que é foco de uma disputa pela posse, revelando interesses divergentes entre as partes. Conflitos inesperados emergem a partir desse encontro. Com o passar do tempo, as relações entre pai e seus filhos se revelam aos espectadores cada vez mais límpidas e latentes.
“O espetáculo narra uma relação “familiar” por uma perspectiva diferente. Através das representatividades discutimos o quanto nós hoje na contemporaneidade terceirizamos nossas relações”, comenta o diretor Paulo Verlings, também responsável pelo argumento e idealização da peça.
A expressão “Pá de Cal” quer dizer que fará uma última referência a um assunto não prazeroso. Já “Ray-lux” se refere ao nome de uma urna funerária tão cara, que custa o preço de um automóvel.
Serviço
Local: Casa de Cultura Laura Alvim (Av. Vieira Souto, 176, Ipanema)
Temporada: 26 de agosto até 18 de setembro, sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h.
Vendas na bilheteria do teatro ou pela Eventim
Não recomendado para menores de 14 anos.
Capacidade de público: 150 lugares
Duração: 70 minutos