Miguel Tudela vence final com Ian Gouveia no QS 5000 Arica Pro Tour do Chile

Diário Carioca
No pódio: Ian Gouveia, Miguel Tudela, Guillermo Satt e Rafael Teixeira (Crédito: Kermichh / Arica Pro Tour)No pódio: Ian Gouveia, Miguel Tudela, Guillermo Satt e Rafael Teixeira (Crédito: Kermichh / Arica Pro Tour)

EL GRINGO, Arica / Chile (Domingo, 21 de agosto de 2022) – O peruano Miguel Tudela é o novo campeão do Maui and Sons Arica Pro Tour no Chile. Ele lidera o ranking regional da World Surf League (WSL) Latin America com vitórias nas três etapas que participou. A invencibilidade foi confirmada na final com o brasileiro Ian Gouveia nos tubos de El Gringo. Com o vice-campeonato no primeiro QS 5000 do ano na América do Sul, Ian subiu de 160 para quinto no ranking. Ele está logo abaixo dos semifinalistas, o chileno Guillermo Satt e Rafael Teixeira, com o também brasileiro Heitor Mueller assumindo a vice-liderança no Chile.

“Estou supercontente com a vitória. A primeira vez que vim pra cá, foi quando o Guillermo (Satt) ganhou e fiquei na sua casa (em 2011). Aí fiquei pensando se um dia eu ia conseguir ganhar esse campeonato”, disse Miguel Tudela, no pódio. “Este é o meu campeonato favorito em todo o circuito, me encanta vir para cá, os tubos são alucinantes e quero felicitar ao Ian (Gouveia), o Guillermo (Satt) e o Rafael (Teixeira), que estão dividindo o pódio comigo. Felicitar também a todos os competidores, que fizeram boas baterias, pegando bons tubos. Muitos surpreenderam e fico feliz com o surfe que os sul-americanos estão mostrando, então Arriba Arica, Arriba Chile, Arriba Peru e Gracias por tudo”.

Miguel Tudela festejando a quarta vitória peruana nos tubos de El Gringo (Crédito: Kemichh / Arica Pro Tour)
Miguel Tudela festejando a quarta vitória peruana nos tubos de El Gringo (Crédito: Kemichh / Arica Pro Tour)

Miguel Tudela conseguiu um feito inédito com o título no Maui and Sons Arica Pro Tour no domingo. Pela primeira vez na história da WSL Latin America, um surfista conquista três vitórias seguidas. A primeira foi no QS 1000 do Equador e a segunda no QS 3000 de Iquique, também no Chile. Entre a primeira e segunda, teve uma etapa no Brasil que ele não participou, assim como entre a segunda e a terceira. Mas, ninguém conseguiu derrotá-lo nas três que competiu e está invicto na liderança do ranking da WSL Latin America.

No domingo, Miguel Tudela já fez os recordes do dia na bateria que definiu as duas últimas vagas para as quartas de final. Ele surfou um tubaço incrível, muito grande, que recebeu nota 8,83 e totalizou 16,16 pontos. O chileno Guillermo Satt passou junto com ele, eliminando os brasileiros Gabriel Klaussner e Lucas Silveira. Mas, no último dia, ninguém conseguiu superar a nota 9,77 de Guimo Satt e os 18,00 pontos do Douglas Silva, marcas que permaneceram como os recordes da 11.a edição do Arica Pro Tour nos tubos de El Gringo.

Miguel Tudela surfou os melhores tubos do domingo em El Gringo (Crédito: Yerko Vasquez / Arica Pro Tour)
Miguel Tudela surfou os melhores tubos do domingo em El Gringo (Crédito: Yerko Vasquez / Arica Pro Tour)

Quem chegou mais próximo dos números de Miguel Tudela no domingo foi Ian Gouveia, na semifinal brasileira com Rafael Teixeira. O vice-campeão tinha passado um sufoco na quarta de final com o novo vice-líder do ranking, Heitor Mueller, só avançando na onda que surfou no último minuto. Mas na semifinal, já abriu a bateria num tubaço, que saiu em pé no spray com nota 8,50. Ainda pegou outro muito bom também, para totalizar 16,13 pontos. Esta foi a quarta vez que Ian participa do QS de Arica e nunca tinha chegado nas semifinais. 

“Obrigado a todos e quero parabenizar os competidores, porque El Gringo é uma das ondas mais perigosas do mundo e uma das mais perfeitas também. Mas, tem que ser corajoso para entrar aí”, disse Ian Gouveia, no pódio. “Eu cheguei aqui faz quase 20 dias, vim antes de todo mundo e ficou só eu e o Guimo (Guillermo Satt) treinando todo dia, sozinhos. Quero agradecer muito a ele e seu pai, que sempre me recebem em sua casa, e a todas as pessoas de Arica. Faz 10 anos que venho aqui para surfar e estou muito contente em fazer a final dessa vez”.

Ian Gouveia vice-campeão na 11.a edição do Arica Pro Tour nos tubos de El Gringo (Crédito: Kemichh / Arica Pro Tour)
Ian Gouveia vice-campeão na 11.a edição do Arica Pro Tour nos tubos de El Gringo (Crédito: Kemichh / Arica Pro Tour)

DECISÃO DO TÍTULO – Assim como a maioria das baterias do Maui and Sons Arica Pro Tour esse ano, a grande final foi mais um show de tubos em El Gringo. Mas, a decisão do título começou com ondas fracas, que fecharam rápido. O primeiro tubaço foi surfado por Miguel Tudela, que ficou bem profundo, sumiu lá dentro com as placas caindo à sua frente e conseguiu sair. Os juízes deram o mesmo 8,83 que o peruano recebeu em sua primeira bateria no domingo. Ian pega um tubo até maior, também desaparece na cortina d´água e sai em pé, vibrando com sua melhor onda, porém foi mais rápido e recebe 7,50 dos juízes. 

O peruano responde com outro tubo que vale 5,33 e o brasileiro fica precisando de 6,37 para vencer. Quando restavam 12 minutos, Tudela deixa passar uma onda que Ian pega e roda o tubo, ele freia para ficar lá dentro, some e reaparece para passar a frente com nota 6,53. Só que Miguel logo surfa um bom tubo também e troca o 5,33 por 6,03, para retomar a ponta. O brasileiro só acha mais um tubo, era grande, mas não consegue ficar tão profundo. Ele vai atravessando as várias placas que vão caindo e vibra no final, porém a nota sai 6,80 e Miguel Tudela festeja a vitória por 14,86 a 14,30 pontos de Ian Gouveia.

DOMÍNIO PERUANO – Se Ian Gouveia conseguisse vencer o Maui and Sons Arica Pro Tour, igualaria o número de três títulos do Peru nos 11 anos de história do QS de Arica, completados esse ano. Mas, foi Miguel Tudela quem aumentou esse recorde, igualando o feito do seu irmão, Tomas Tudela, campeão em 2017 na decisão peruana com Alvaro Malpartida, que chegou em outras duas finais, ganhando a de 2013 e perdendo a da primeira edição em 2009, para outro peruano, Gabriel Villarán

As vitórias do Brasil aconteceram em 2014 com Jessé Mendes e em 2018 com Jeronimo Vargas. Também festejaram títulos na etapa do WSL Qualifying Series mais antiga da América do Sul fora do Brasil, o norte-americano Nolan Rapoza em 2019, o francês Willian Aliotti em 2016, o havaiano Anthony Walsh em 2012 e Guillermo Satt, que em 2011 conquistou a única vitória do Chile em uma final com seu compatriota, Camilo Hernandéz. Ele poderia conseguir um inédito bicampeonato no domingo, mas foi barrado por Miguel Tudela nas semifinais.

Guillermo Satt ficou a um passo de fazer sua segunda final na etapa do QS em sua casa (Crédito: Kemichh / Arica Pro Tour)
Guillermo Satt ficou a um passo de fazer sua segunda final na etapa do QS em sua casa (Crédito: Kemichh / Arica Pro Tour)

“Quero agradecer a todas as pessoas que estão aqui. Foi um grande evento e estou feliz por ter um QS 5000 em casa, o que vale mais pontos e isso foi bom para todos os chilenos”, disse Guillermo Satt“Fico contente que tivemos ondas incríveis durante toda a semana. É uma onda perigosa, precisa ter cuidados, mas todos os competidores puderam desfrutar de bons tubaços em todos os dias e estou feliz em estar no pódio novamente aqui em Arica”.

MUDANÇAS NO G-10 – O resultado do evento mais importante da temporada 2022/2023 da WSL Latin America, mudou metade da lista dos dez surfistas que o ranking regional indicará para o Challenger Series de 2023, a divisão de acesso para a elite do World Surf League Championship Tour. Ian Gouveia chegou no Chile em 160 no ranking e saltou para a quinta posição, com os 3.900 recebidos pelo vice-campeonato. Os semifinalistas Guillermo Satt e Rafael Teixeira, marcaram 3.042 pelo terceiro lugar, com o chileno subindo de 14.o para terceiro no ranking e o brasileiro da 22.a para a quarta posição. 

Além deles, Samuel Igo e Vitor Ferreira também entraram no G-10 nos tubos de El Gringo. Samuel estava em 15.o e agora é o sexto colocado, enquanto o Vitor saiu do 16.o para o oitavo lugar. Os que permaneceram na lista foram o líder, Miguel Tudela, o novo vice-líder, Heitor Mueller, que também ficou em quinto nas quartas de final em Arica, o argentino José Gundesen, que caiu de terceiro para sétimo, Gabriel André, que despencou de segundo para nono e Ryan Kainalo, que desceu da quarta para a décima posição.

Rafael Teixeira foi um dos cinco surfistas que entraram no G-10 no Chile (Crédito: Kemichh / Arica Pro Tour)
Rafael Teixeira foi um dos cinco surfistas que entraram no G-10 no Chile (Crédito: Kemichh / Arica Pro Tour)

Os cinco que saíram do G-10 no Maui and Sons Arica Pro Tour, foram os brasileiros Igor MoraesWeslley DantasLucas VicenteKrystian Kymerson e o argentino Santiago Muniz. A próxima chance para eles tentarem retornar para a zona de classificação para o Challenger Series de 2023, será na terceira e última etapa do Circuito Banco do Brasil de Surfe, que será realizada nesta semana, de 25 a 28 de agosto, na Praia de Itamambuca, em Ubatuba.

CAMPEÕES DO WSL QUALIFYING SERIES EM ARICA NO CHILE:
2022: Miguel Tudela (PER) na final do QS 5000 com Ian Gouveia (BRA)
2019: Nolan Rapoza (EUA) na final do QS 3000 com Alonso Correa (PER)
2018: Jeronimo Vargas (BRA) na final do QS 3000 com Jacob Willcox (AUS)
2017: Tomas Tudela (PER) na final do QS 3000 com Alvaro Malpartida (PER)
2016: William Aliotti (FRA) na final do QS 1500 com Dean Bowen (AUS)
2015: finais do QS 1500 Maui and Sons Arica World Star canceladas pelo mar “stormy”
2014: Jessé Mendes (BRA) na final do ASP 3-Star com Marco Giorgi (URU)
2013: Alvaro Malpartida (PER) na final do ASP 3-Star com Anthony Walsh (HAV)
2012: Anthony Walsh (HAV) na final do ASP 3-Star com Eala Stewart (HAV)
2011: Guillermo Satt (CHL) na final do ASP 3-Star com Camilo Hernandez (CHL)
2009: Gabriel Villarán (PER) na final do ASP 3-Star com Alvaro Malpartida (PER)

RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO MAUI AND SONS ARICA PRO TOUR: 
Campeão: Miguel Tudela (PER) por 14,86 pts (8,83+6,03) – US$ 10.000 e 5.000 pts
Vice-campeão: Ian Gouveia (BRA) com 14,30 pts (7,50+6,80) – US$ 5.000 e 3.900 pts

SEMIFINAIS – 5.o lugar com US$ 2.000 e 2.282 pontos:
1.a: Ian Gouveia (BRA) 16,13 x 5,50 Rafael Teixeira (BRA)
2.a: Miguel Tudela (PER) 12,20 x 11,07 Guillermo Satt (CHL)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$ 2.000 e 2.282 pontos:
1.a: Ian Gouveia (BRA) 10,07 x 9,76 Heitor Mueller (BRA)
2.a: Rafael Teixeira (BRA) 7,67 x 3,97 Vitor Ferreira (BRA)
3.a: Guillermo Satt (CHL) 11,43 x 9,46 Samuel Igo (BRA)
4.a: Miguel Tudela (PER) 12,74 x 8,40 Douglas Silva (BRA)

TERCEIRA FASE – 3.o=9.o lugar (US$ 1.000 e 1.575 pts) e 4.o=13.o lugar (US$ 700 e 1.440 pts):
———baterias que abriram o domingo:
3.a: 1-Samuel Igo (BRA), 2-Douglas Silva (BRA), 3-Tomas Tudela (PER), 4-Cristobal de Col (PER)
4.a: 1-Miguel Tudela (PER), 2-Guillermo Satt (CHL), 3-Gabriel Klaussner (BRA), 4-Lucas Silveira (BRA)
———baterias que fecharam o sábado:
1.a: 1-Ian Gouveia (BRA), 2-Rafael Teixeira (BRA), 3-Eric Bahia (BRA), 4-Joaquin del Castillo (PER)
2.a: 1-Vitor Ferreira (BRA), 2-Heitor Mueller (BRA), 3-Leandro Usuna (ARG), 4-Valentin Neves (BRA)

TOP-10 DO RANKING 2022/2023 WSL LATIN AMERICA – 7 etapas:
01: Miguel Tudela (PER) – 9.000 pontos
02: Heitor Mueller (BRA) – 4.727
03: Guillermo Satt (CHL) – 4.465
04: Rafael Teixeira (BRA) – 4.248
05: Ian Gouveia (BRA) – 3.966
06: Samuel Igo (BRA) – 3.644
07: José Gundesen (ARG) – 3.635
08: Vitor Ferreira (BRA) – 3.482
09: Gabriel André (BRA) – 3.425
10: Ryan Kainalo (BRA) – 3.115
—–clique aqui para acessar o ranking completo

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