Divulgação GloboNeste mês de agosto, a Lei de Cotas completa 10 anos em execução. É uma das políticas afirmativas mais importantes e que garante a entrada de alunos de escolas públicas, pretos, pardos, indígenas e de pessoas com deficiência no ensino superior público brasileiro. O ‘Profissão Repórter’ desta terça-feira, dia 23, mostra como São Paulo e Rio de Janeiro, duas principais metrópoles do país, têm histórias de mulheres e homens pretos espalhados pelo Brasil que só conseguiram acesso às universidades públicas por meio desta medida.
Lucas Gonçalves, que cursa filosofia na USP, é um destes personagens. As repórteres Danielle Zampollo e Milena Rocha acompanharam a rotina do estudante, que recebe um auxílio de R$ 500 da universidade. O valor não é suficiente e, para complementar a renda, Lucas trabalha como entregador de comida nos períodos de folga. Ele, que é o primeiro da família a frequentar o ensino público superior, leva cerca de duas horas de sua residência, na Zona Leste, até a universidade.
Já Caco Barcellos e a equipe do programa foram à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) que, 11 anos antes da lei federal entrar em vigor, foi pioneira em adotar as cotas raciais, em 2001. Junto com Barcellos, os repórteres cinematográficos Gabi Vilaça e Leandro Matozo conheceram três mulheres negras – Daiane de Carvalho Silva, Andressa Medeiros da Silva e Monique França da Silva. Todas elas tiveram acesso à universidade graças ao sistema de cotas.
Um dos grandes defensores da iniciativa é Frei David, ativista do movimento negro e fundador da ONG Educafro, que também foi entrevistado pela equipe composta por Guilherme Belarmino e Alex Gomes. Frei David ministrou na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), no Mato Grosso, um curso de aperfeiçoamento para integrantes da comissão de heteroidentificação, que tem a função de verificar se a autodeclaração dos candidatos é verdadeira. No evento, que também teve a participação do procurador da República, Onésio Soares Amaral, Frei David abordou as diferenças entre as classificações de raça e cor de pessoas brancas e negras, essenciais para a correta aplicação da política pública das cotas.
O ‘Profissão Repórter’ desta terça, dia 23, vai ao ar depois de ‘Cine Holliúdy’.