Divulgação/Stella RibeiroEm agosto de 1816, a arquiduquesa Leopoldina, no auge de seus 19 anos, herdava do pai – o imperador Francisco – o cargo de mineralogista da corte, um consolo por ainda estar solteira, fato incomum para os padrões da época. No entanto, no decorrer da sua história houve uma mudança drástica: o casamento com D. Pedro. Nascida na Áustria, ela escolheu investir em uma transformação de rota e seguir para terras brasileiras, assumindo uma atuação política. Essa e outras curiosidades sobre a Imperatriz do Brasil são contadas no último episódio de ‘Mulheres na Independência’, podcast original Globoplay que traz a história de seis brasileiras que romperam padrões de forma pioneira ao deixarem suas marcas na política brasileira. Narrado e roteirizado por Antonia Pellegrino, o contexto histórico é apresentado por Heloísa Starling.
Segundo Heloísa, era de imenso interesse da Áustria ligar-se a Portugal e, consequentemente, a seu riquíssimo domínio brasileiro. “Quando as negociações para o matrimônio de Leopoldina e D. Pedro já estavam acertadas, fica evidente o teor comercial e econômico do casamento. Informações sobre quais produtos poderiam ser comercializados entre Brasil, Portugal e Áustria já era algo discutido entre as famílias”, revela a historiadora.
O casamento entre uma Habsburgo – família nobre europeia – e um Bragança reforçava o prestígio das dinastias e permitia aos austríacos colocar um pé na América. Leopoldina era uma mulher de altíssimo nível intelectual e literário. Com o casamento acertado, ela não mediu esforços para aprender a língua portuguesa e procurou reunir um extenso material sobre o Brasil passando a ler avidamente sobre o país. Foi em 11 de maio de 1817, que Leopoldina assinou um ato de renúncia em preparação ao seu casamento, deixando de ser uma arquiduquesa austríaca e, pela primeira vez, assina como Maria Leopoldina.
A bagagem cultural de Leopoldina a colocava em uma posição muito diferente da ocupada por D. Pedro. “Responsável e firme em cumprir seus deveres, ela teve a ousadia de mergulhar na política. D. Pedro pode contar com o apoio e conhecimento da Imperatriz em momentos críticos. As mudanças subjetivas de Leopoldina, a partir da sua chegada ao Rio de Janeiro, foram profundas. Ela elaborou um plano político e defendeu um projeto monárquico-constitucional, lutou pela permanência do marido no Brasil, mesmo diante das exigências de Lisboa do retorno imediato do herdeiro para Portugal, e exerceu toda a sua potência e influência a favor da independência brasileira”, destaca Antonia Pellegrino.
‘Mulheres na Independência’ é um projeto original Globoplay, produzido pela Pipoca Sound, especializada na produção de podcasts e mídias audiovisuais. Para ouvir o sexto episódio, que traz a história da Imperatriz Leopoldina, clique aqui. A série narrativa tem seis episódios e celebra o marco dos 200 anos da Independência do Brasil.