O custo da cesta básica no Rio de Janeiro teve um recuo de 0,82% em agosto, pelo segundo mês consecutivo, como já ocorrera em julho (queda de 1,3%), chegando a R$ 717,82. A capital, que já esteve na segunda posição entre as cestas mais caras do país, em março deste ano, agora está em quarto lugar, de acordo com a pesquisa mensal do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), realizada em 16 capitais.
Assim como em julho, o destaque no Rio de Janeiro foi para a queda do preço da batata, explicado pelo bom ritmo de colheita, do tomate, pela maior oferta, e do óleo de soja, diante do aumento da disponibilidade da soja e demanda reduzida. Também caiu de preço na capital fluminense o feijão preto, diante da maior oferta, e o café, apesar da preocupação com a oferta mundial do grão, que se refletiu nos preços externos, e no clima mais seco no Brasil, que pode comprometer a oferta futura.
Por outro lado, o preço do pão francês e da farinha de trigo mantiveram trajetória de alta, diante da geada no Sul do país que prejudicou a lavoura de trigo e reduziu ainda mais sua oferta.
O presidente da ASSERJ, Fábio Queiróz, acredita que a redução deverá se manter nos próximos meses. “Fatores conjunturais como a guerra na Ucrânia e de safra elevaram muito os preços no primeiro semestre. É difícil que isso se repita continuamente, mas devemos, ver, sim, um arrefecimento dos preços de forma geral nos próximos meses”, comentou.
No acumulado do ano até agosto, a alta de preços da cesta básica fluminense (+7,7%) foi a terceira menor do país, superior apenas a Vitória (+5,3%) e Belo Horizonte (+5,5%); um alento para as famílias mais carentes do Rio.
Por uma questão mercadológica, o preço da cesta básica costuma ser maior nos estados do Sul e do Sudeste do que nas regiões Norte e Nordeste, o que faz com que o Rio permaneça entre as quatro capitais com custo mais elevado. São Paulo permanece em primeiro, com a cesta básica mais cara do país.
Consumo volta a crescer com pagamento de benefícios
Sondagem realizada pela ASSERJ, no último mês, mostrou que, entre os beneficiários do Auxílio Brasil, que receberam aumento em agosto, 47% pretendiam gastar o valor total do benefício, de R$ 600, nos supermercados com itens de alimentação e higiene, enquanto 26% iriam empregar metade deste valor nas compras. Entre os itens mais desejados pelos consumidores, carne e leite estão no topo da lista.
“A queda no valor da cesta básica e a projeção de aumento de consumo nos supermercados nos próximos meses indicam um crescimento do setor supermercadista no Estado do Rio, o que poderá levar a geração de novos postos de trabalho”, concluiu Fábio