Quem é Felipe Drugovich e por que ele é a maior esperança do Brasil na Fórmula 1

Diário Carioca
Felipe Drugovich (Dutch Photo Agency)

Felipe Drugovich conquistou o título de 2022 da Fórmula 2 de maneira antecipada. Em Monza, exatos 50 anos depois do primeiro mundial de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1, o paranaense fez história para o automobilismo brasileiro e, de quebra, assinou seu primeiro vínculo com uma equipe da categoria máxima, como piloto de desenvolvimento da Aston Martin Drugovich voltou a colocar o Brasil no topo após 22 anos. Em 2000, Bruno Junqueira havia sido campeão da Fórmula 3000.

Ainda nesta temporada, Drugovich participará do primeiro treino livre para o Grande Prêmio de Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, no lugar do canadense Lance Stroll, filho do proprietário da equipe e bilionário, Lawrence Stroll. Depois, o piloto brasileiro atuará no treinamento de jovens pilotos, realizado no mesmo circuito emiradense.

Em 2023, Felipe Drugovich ajudará no desenvolvimento do carro da Aston Martin, que terá o bicampeão Fernando Alonso, da Espanha, e Lance Stroll como titulares da escuderia. Anteriormente batizada de Racing Point e Force India, esperava-se que a Aston Martin pudesse seguir lutando no pelotão intermediário da Fórmula 1 com as mudanças aerodinâmicas. O que se viu, porém, foi uma escuderia fragilizada lutando pelas últimas posições do grid. Atualmente, o time ocupa o nono lugar na tabela de classificação de construtores, com apenas 25 pontos somados na temporada.

Felipe Drugovich (Dutch Photo Agency)
Felipe Drugovich (Dutch Photo Agency)

Na Aston Martin, Felipe Drugovich terá em quem se inspirar. O paranaense acompanhará de perto o trabalho do asturiano Fernando Alonso, bicampeão mundial em 2005 e 2006, e apontado como o piloto mais completo da F-1. Alonso tem 41 anos e ostenta 353 Grandes Prêmios. O relacionamento na equipe tem potencial explosivo, especialmente pela presença do filho do dono da escuderia no cockpit titular.

QUEM É FELIPE DRUGOVICH?

Felipe Drugovich é paranaense, nascido em Maringá, cidade no norte do Estado, em 2000. De família austríaca, Drugovich tem no também austríaco e histórico piloto da Fórmula 1 Niki Lauda uma de suas inspirações. Ayrton Senna também é citado por ele como um de seus exemplos na categoria máxima do automobilismo mundial

Buscando experiência para competir com os melhores pilotos de sua geração, Felipe Drugovich partiu cedo para a Europa, em 2014 Lá, ele começou em corridas de kart, depois migrou para os monopostos, como na Adac Fórmula 4, Fórmula 4 Italiana, MRF Challenge, Euroformula Open e Pro Mazda.

Drugovich chegou às principais categorias da FIA em 2019 apenas. Na Fórmula 3, correu com a Carlin, mas não teve grande sucesso. Mas seu talento já lhe permitiu subir para a Fórmula 2 na temporada seguinte. Em 2020, ano prejudicado pelo estopim da pandemia de covid-19, venceu três corridas (Áustria, Espanha e Bahrein) pela MP Motorsport e ficou em nono.

No ano passado, Drugovich deixou a holandesa MP Motorsport e partiu para a britânica UNI-Virtuosi. Apesar da escuderia ser mais bem conceituada, o brasileiro se viu preterido em relação ao chinês Guanyu Zhou e acabou tendo seu desempenho prejudicado, terminando a temporada na oitava posição, mas sem vitórias.

O retorno para a MP Motorsport foi extremamente positivo para Drugovich. O paranaense conseguiu mostrar toda a sua capacidade técnica, foi campeão com antecedência, vencendo até aqui cinco corridas, sendo uma delas em Mônaco. O piloto afirma que as mudanças de uma temporada para a outra tiveram como princípio uma alteração de mentalidade.

Felipe Drugovich (Dutch Photo Agency)
Felipe Drugovich (Dutch Photo Agency)

“Tudo se encaixou melhor neste ano. Eu voltei pra MP (Motorsport). A equipe está fazendo um ótimo trabalho. Gosto muito do carro e também da mentalidade da equipe, da forma como eles trabalham. Além disso, cito a parte mental. Ano passado, eu tinha velocidade, mas não era constante. Neste ano, foquei na parte mental para não jogar pontos fora e foi o que aconteceu. Toda a vez que eu estava na frente consegui pontos. Foi o que fez essa diferença para estar com essa vantagem na liderança”, afirmou Drugovich em entrevista exclusiva ao Estadão.

FAMÍLIA DRUGOVICH

O pai de Felipe Drugovich morreu quando o piloto tinha apenas 10 anos. Fernando Roncato sofreu um acidente de carro em 2010. É da família materna que Drugovich absorveu todo o entusiasmo e paixão pela velocidade. Seus tios Sérgio Drugovich e Oswaldo Drugovich Junior foram pilotos da Fórmula Truck, enquanto Claudio Drugovich correu na Fórmula Ford quando jovem.

“Essa paixão foi transmitida por eles. Foi o que me fez criar gosto pela coisa. Mas eles não me forçaram a fazer nada. Quando tinha oito anos, me perguntaram se queria testar um kart. Eu disse que sim e gostei muito. A partir dali, começaram a me levar para algumas corridas. Mas durante a minha carreira, meus familiares sempre falaram que eu não precisava continuar se eu não estivesse gostando. Essa influência que meus tios me deram foi muito legal. Com certeza transmitiu a paixão desde cedo. Acho que foi isso que me colocou numa posição de gostar do esporte”, afirma Felipe Drugovich.

Desde cedo, Felipe Drugovich teve o apoio da família Nasr. Amir Nasr, tio de Felipe Nasr, que pilotou na Fórmula 1 entre 2015 e 2016, é um dos responsáveis por cuidar da carreira do paranaense

A família Drugovich é dona de uma loja de auto peças, especializada em ônibus e caminhões. No site da loja, que possui 20 filiais espalhadas em sete estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, Felipe Drugovich também ganha destaque. “Felipe é o destaque da nova geração. Com a ausência de pilotos brasileiros na F-1, muito tem se falado sobre os novos pilotos brasileiros que podem pleitear por uma vaga na principal categoria do automobilismo e, em dezembro de 2017, Felipe foi eleito a grande promessa do Brasil para a F-1, em enquete realizada pela Red Bull”, expõe a publicação.

Estadão Conteúdo

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