A aluna do Colégio Bom Jesus Divina Providência, em Curitiba (PR), Maria Fernanda Ribeiro Fagundes, desenvolveu um projeto utilizando o óleo essencial da planta Aloe vera (conhecida popularmente como babosa) em velas aromáticas que liberam odor. A ideia é que o aroma tenha o poder de auxiliar no combate aos efeitos colaterais de doenças provocadas pelo tabagismo. O projeto ganhou o nome de Vera’s Artesanato Saudável.
Maria Fernanda começou a pesquisar os efeitos das essências das plantas medicinais na saúde no 5.º ano do Ensino Fundamental, durante o projeto de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus e agora, no 6.º ano, está desenvolvendo e aprimorando o primeiro produto e já investigando os efeitos de outras plantas, como a camomila.
Como conta Maria Fernanda, o objetivo principal da pesquisa é usar plantas medicinais no tratamento de doenças causadas pelo cigarro. A vela é o protótipo que está em andamento, sendo utilizado como teste. “Muitas pessoas fumam porque sentem que o cigarro acalma. Então, se usarmos a aromaterapia é possível que elas também tenham a mesma sensação e diminuam o vício”, comenta a estudante.
A professora e orientadora da estudante no Colégio Bom Jesus Divina Providência, Daniele Cecilia Ulsom de Araújo Checo, explica que a ideia nunca foi fazer um medicamento, mas sim desenvolver artesanato com os óleos, a fim de amenizar os sintomas das doenças. “Ela conseguiu atingir o seu objetivo. Agora estamos na fase de aprimoramento e de pesquisa de outras plantas. Como em toda pesquisa, a Maria Fernanda batalhou e insistiu para alcançar o que queria. Estamos orgulhosos”, afirma a professora.
Num primeiro momento, Maria Fernanda fez testes com o pó da Aloe vera e também tentou construir uma espécie de cigarro utilizando a planta. A primeira ideia não resultou no objetivo pretendido, que seria liberar odor, e a segunda (o cigarro) soltou fumaça e logo foi descartado – já que o cigarro de nicotina também libera fumaça. As velas, por sua vez, foram desenvolvidas em 2022: Maria Fernanda já fez vários testes para verificar a liberação do odor, e em um deles obteve sucesso. Agora ela pretende fazer mais testes para aprimorar a liberação do cheiro e até mesmo mensurar a quantidade liberada individualmente pelas velas. Segundo a professora Daniele, a aluna pretende avaliar ainda quais doenças esses óleos atenuariam.
Maria Fernanda também passou a investigar o poder de outras plantas, como a camomila, o capim-limão, a romã e a hortelã. A ideia é que os óleos ou mesmo os chás desenvolvidos a partir dessas ervas e frutas também possam se transformar em produtos artesanais que sejam úteis à saúde, como sabonetes, por exemplo. Além disso, o projeto deve ser sustentável: a estudante quer destinar as sobras das plantas durante o processo para outros fins – por exemplo, usar a casca da babosa para fazer fios de crochê.
Segundo Maria Fernanda, projetos na iniciação científica são atividades excelentes para ser útil à sociedade e, ao mesmo tempo, ocupar o tempo com aprendizado. “Eu uso todo meu tempo livre fazendo a pesquisa, e gosto muito dos resultados que estou conseguindo”, conta. Para a professora Daniele, a iniciação científica desenvolve o senso de responsabilidade nos alunos, “principalmente quando percebem a importância do desenvolvimento científico na concepção de possibilidades e avanços tecnológicos em diversas áreas. Além do mais, a iniciação científica é uma forma prazerosa e necessária de valorizar os interesses dos estudantes”.
Em agosto, Maria Fernanda vai participar da VII Feira Brasileira de Iniciação Científica (Febic), em Pomerode, Santa Catarina e, no fim do ano, da mostra de trabalhos do Colégio Bom Jesus, além de outras feiras que estão por vir