A decisão da Enel de vender, por quase R$ 1,6 bilhão, a distribuidora Celg D para a Equatorial passa pela estratégia global da companhia de se concentrar em atividades ligadas à transição energética, com ativos de geração renovável e iniciativas voltadas para eficiência e eletrificação dos usos da energia, afirmou o presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno.
“Tudo isso implica, obviamente, buscar novo equilíbrio nas distintas áreas e seguir reforçando algumas delas, como a de geração, e entrar forte em eletrificação”, afirmou. Segundo ele, há interesse em crescer em segmentos como mobilidade elétrica, geração distribuída, eficiência energética, armazenamento de energia, “e potencialmente, em poucos anos, também em produção de hidrogênio”.
Cotugno afastou a possibilidade de outros desinvestimentos no País em distribuição, em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará: “Goiás é mais marcada por uma estrutura rural, no qual há um bom crescimento da demanda e do negócio, mas que não oferece as mesmas oportunidades para atuar nesse compromisso sobre transição energética e eletrificação.”
Em sua avaliação, o processo de eletrificação vai ocorrer mais intensamente nas grandes cidades. A companhia já opera a distribuidora da região metropolitana de São Paulo, bem como em outras grandes capitais na América Latina.
Segundo Cotugno, é uma questão de “coerência das prioridades”, com a agenda estratégica do grupo Enel e as limitações financeiras. Por isso, os recursos que devem entrar com a venda para a Equatorial – R$ 1,575 bilhão no fechamento da operação, esperado para o fim do ano, e R$ 5,7 bilhões em pagamento de dívidas da concessionária com empresas do grupo, a ser feito ao longo de 2023 – podem contribuir para reforçar algumas iniciativas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadão Conteúdo