Nesta sexta-feira, 7, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos realizam atos em diversas unidades do Sistema Petrobrás, em protesto contra as privatizações da empresa. O Dia Nacional de Luta marca o aniversário de 69 anos da estatal, comemorado na última segunda-feira, 3.
O dia 3 de outubro, ao invés de ser uma data festiva em homenagem à maior empresa estatal do Brasil, tem sido marcado, nos últimos anos, por protestos e mobilizações contra seu desmonte. A companhia, que historicamente impulsionou o desenvolvimento econômico e social do país, está encolhendo, se tornando exclusivamente produtora e exportadora de petróleo bruto, saindo do refino e demais atividades. A Petrobrás, que hoje tem aproximadamente 45 mil trabalhadores próprios, chegou a ter 87 mil concursados em 2013. Os terceirizados, neste mesmo ano, eram 366 mil, nos dias de hoje são cerca de 100 mil.
Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção FUP), com base em números divulgados pela petroleira, mostra a velocidade do processo de privatização de unidades da empresa, sobretudo no atual governo. Desde 2016, após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, 80 ativos da Petrobrás foram vendidos – sendo 63 somente no governo Jair Bolsonaro, entre janeiro de 2019 e agosto deste ano, no valor de US$ 33,9 bilhões, incluindo subsidiárias estratégicas, como a BR Distribuidora, refinarias, campos de petróleo, terminais, gasodutos, termelétricas, usinas eólicas, entre outros. Ele e seu ministro da economia, Paulo Guedes, já declararam que irão “terminar o serviço”, caso seja reeleito.
“Com os desinvestimentos, a Petrobrás vai deixando de ser uma empresa integrada e perde capacidade econômico-financeira de resistir a sobressaltos do volátil mercado global de petróleo e gás natural. Sob o argumento de ‘aumento da concorrência’ e ‘queda dos preços’, a Petrobrás está vendendo ativos importantes, em áreas estratégicas, a preços irrisórios”, destaca Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP.
“Assim, vemos a Petrobrás atingir os 69 anos desmontada, investindo menos, deixando de lado as fontes renováveis e mantendo a política de preço de paridade de importação (PPI), que prejudica os brasileiros com alta de preços e inflação e garante grandes ganhos a seus acionistas, entre os quais boa parcela de estrangeiros”, completa o dirigente da FUP.
Os atos em defesa da companhia acontecerão nesta sexta-feira (7), em várias unidades do país, com foco principal nas unidades que já estão sendo vendidas ou sob ameaça de privatização.
Confira o calendário, onde os atos já foram confirmados:
- Amazonas — ato na Refinaria de Manaus, às 06h30
- Pernambuco — ato na Refinaria Abreu e Lima, às 7h
Bahia — atos em Taqui e no Temadre, às 07h - Espírito Santo — ato na sede administrativa da Petrobrás em Vitória (Edivit), às 08h
- Duque de Caxias — ato na Reduc, às 07h
- São Paulo — ato na Refinaria de Paulínia (Replan), às 07h
- Paraná — atos na Replan e na Six, às 07h
- Rio Grande do Sul — ato na Refap, às 07h