Bancário acusa de racismo funcionários de supermercado em Ipanema

Estadão Conteúdo
Paulo Araújo levou o caso à 16ª DP, no Leblon, onde registrou o crime de racismo cometido por funcionários do Supermercado Zona Sul

Funcionários do mercado Zona Sul da Rua Barão da Torre, em Ipanema, na zona sul do Rio, intimidaram o bancário Paulo Moreira de Araújo, de 28 anos, acusando-o de furto, de acordo com denúncia do bancário. Ele disse que foi obrigado a mostrar o comprovante de pagamento duas vezes para comprovar que não cometeu crime.

O caso foi registrado na 14ª DP, no Leblon, como calúnia, por ele ter sido acusado de cometer o crime de furto, e injúria por preconceito, pela ofensa à dignidade e a honra em razão da cor da pele.

Araújo informou que foi abordado depois de pagar as compras – um vinho e um barril de chopp -, e pouco antes de sair do mercado. Os seguranças solicitaram e ele mostrou a nota, afirmou. Mesmo assim, foi abordado novamente, já na calçada, por funcionários do mercado e impedido de partir. Os funcionários queriam que o bancário voltasse ao mercado para mostrar ao gerente que não havia furtado as mercadorias, conforme o relato da vítima.

“Me seguraram, mandaram eu retornar ao mercado para eu mostrar a nota ao gerente. Apresentar uma vez já é um absurdo, uma vez que eu tinha acabado de pagar a compra. A segunda vez eu fiquei indignado e chamei a polícia”, disse Araújo. “Eu pensei que ia apanhar, que ia virar estatística.”

O bancário chamou então a polícia. Ao ver a viatura, o gerente ainda teria tentado uma “proposta” para encerrar a situação. “Ele viu que a viatura chegou para a gente seguir para a delegacia. A solução que ele me deu foi estornar as compras e devolver o dinheiro”.

Araújo disse ainda que o policial que atendeu o caso teria se dirigido primeiramente ao gerente do mercado, embora fosse ele, Araújo, o autor da denúncia. “Ele pediu que eu ficasse quieto para que o gerente falasse. Ou seja, nem voz eu tive.”

O mercado disse que está apurando o ocorrido e que repudia a discriminação racial e de qualquer outro tipo de preconceito. A Polícia Civil disse que vai ouvir o gerente, ouvir testemunhas e analisar as imagens das câmeras de segurança.

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