O escritor cingalês Shehan Karunatilaka recebeu na segunda-feira, 17, o Booker Prize de literatura, um dos mais prestigiados da língua inglesa, por seu romance The Seven Moons Of Maali Almeida.
O júri elogiou a “ambição e alcance” do trabalho de Karunatilaka, de 47 anos, descrevendo-o como uma “jornada pela vida e pela morte” contada com “audácia hilária”.
O vencedor recebeu o prêmio das mãos da rainha consorte do Reino Unido, Camilla Parker Bowles, durante uma cerimônia em Londres, a primeira presencial e com o público desde antes da pandemia de coronavírus.
O segundo romance do autor, que publicou seu primeiro trabalho em 2011, conta a história de um fotógrafo que acorda após ser assassinado e recebe uma autorização de sete luas para contatar seus entes queridos e orientá-los a uma série de fotografias que documentam atrocidades durante a guerra civil no Sri Lanka.
“Eu teria lido os nomes de todos os jornalistas, políticos, ativistas e civis inocentes mortos” no país durante sua vida, mas “ficaríamos aqui a noite toda”, declarou o escritor, no palco da sala The Roundabout.
O livro foi publicado em inglês pela editora independente Sort of Books, cujos gerentes o autor agradeceu por seu compromisso com um trabalho que outros rejeitaram por considerá-lo “raro”.
“Apesar de ter uma história sombria e um presente conturbado, Sri Lanka não é um lugar sombrio ou deprimente. Os cingaleses são especializados em humor cáustico, o riso é claramente um mecanismo de defesa”, explicou o autor de um romance descrito pela mídia como “sátira sobrenatural”.
“Acreditamos que este é um livro que vai durar”, disse o presidente do júri, o historiador de arte britânico Neil MacGregor, que explicou que a decisão de premiar Karunatilaka com o prêmio de 50 mil libras (57.600 euros) foi tomada por unanimidade.
(Com agências internacionais)