Parceria Rio-Londres resulta em dez espaços cariocas transformados em Gestores da Cultura pelo Clima

Diário Carioca
Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro

Combater a crise climática com arte. Entre março e outubro, esse foi o objetivo de dez espaços culturais administrados pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio que propuseram atividades culturais atreladas ao debate climático. Por meio de fundos de pesquisa do Reino Unido, contemplados pela People’s Palace Projects (PPP), foi implementada no Rio uma rede de gestores culturais comprometidos com o debate climático. Foram investidas 20 mil libras esterlinas na capacitação de gestores e equipamentos culturais a alocar e desenvolver projetos de artes e meio ambiente. 

O resultado foi apresentado ao mundo nesta quarta-feira (19) pela manhã. A People’s Palace Projects produziu um livreto digital reunindo a história dos dez espaços Gestores Culturais pelo Clima, assim como fotos, vídeos, entrevistas e QR Code com a programação. O lançamento, no site da PPP, acontece junto com a entrega dos projetos, em evento para convidados na Casa Rio, sede da PPP, em Botafogo. Você pode conferir tudo no link bit.ly/gestorespeloclima.

Com textos da jornalista Thais Cavalcante, da Maré, e fotos de Gabriel Loiola, do Complexo do Alemão, o livreto é uma das ações do programa, que é fruto do acordo de cooperação assinado entre a Secretaria Municipal de Cultura e a organização da sociedade civil People’s Palace Projects (PPP) – braço de pesquisa da Queen Mary University of London.

“A presença da cultura em defesa ao meio ambiente retoma um debate importante e necessário, além de reunir lideranças criativas para pensar saídas concretas em torno da questão climática. Isso é fazer política cultural de forma efetiva”, ressalta Marcus Faustini. 

A preocupação estende-se para o país: 90% dos brasileiros se importam com mudanças climáticas e já estão mudando seus comportamentos, segundo relatório “Mudanças Climáticas na Percepção dos Brasileiros” do ITS Rio em parceria com o Programa de Mudança Climática da Universidade de Yale (2021).

O objetivo do Gestores Culturais pelo Clima é ampliar o diálogo entre artistas e sociedade, além de promover atividades culturais que estejam inseridas no contexto de proteção ao meio ambiente. Alguns destes gestores pensaram em ações climáticas dentro da agenda regular e outros com intervenções físicas. 

São eles: Arena Jovelina Pérola Negra, Lona Municipal Terra, Espaço Sérgio Porto, Biblioteca Anita Porto Martins, Espaço de Leitura Jorge Amado, Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira, Museu Histórico da Cidade, Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro da Música Carioca Artur da Távola, Centro Coreográfico e Centro Cultural Municipal Prof. Dyla de Sá. 

“Um espaço de invenção onde vamos unir dois temas que estão em risco. Como a cultura pode salvar o meio ambiente, e como o meio ambiente é necessário para pensar sobre cultura são um dos norte dessa imersão”, comenta Paul Heritage. “Essas iniciativas desenvolvidas pelo projeto Gestores Culturais pelo Clima abrem espaço para que a cultura atue na linha de frente na educação climática, levando às comunidades a discussão ambiental para engajar na luta pela preservação do nosso futuro.”

Em março, o secretário Marcus Faustini foi a Londres e se encontrou com dirigentes de importantes equipamentos culturais, entre eles Southbank, Barbican, V&A East e Battersea Arts Centre, em busca de parcerias e intercâmbios. Os primeiros frutos já estão sendo colhidos!

Dez equipamentos e 20 Gestores Culturais pelo Clima 

Elis MC, rapper de 11 anos e frequentadora do Centro Cultural Profª Dyla de Sá, na Praça Seca, conscientiza seus colegas e seu bairro com sua voz: “É para se ligar à natureza, parceiro. Vamos ver se entendeu. Para rimar, pego a caneta. E tô aqui, tipo Capitão Planeta. Pela união desses poderes, a missão é com vocês. O meu futuro é seu também. A minha história é sua também.” Além da participação nas atividades feitas no jardim, como a aula de biodiversidade e crise climática, Elis MC também pôde cultivar a horta e grafitar com outros artistas locais. 

Confira abaixo os dez equipamentos culturais da Secretaria Municipal de Cultura com o selo de Gestores Culturais pelo Clima:

Biblioteca Annita Porto Martins no Rio Comprido

Biblioteca Annita Porto Martins no Rio Comprido
Biblioteca Annita Porto Martins no Rio Comprido

O Projeto “Por um Rio Comprido mais Verde e Cultural”, realizou intervenções culturais no bairro e mobilizou artistas locais e crianças. Seu jeito de promover a conscientização e o cuidado com o meio ambiente com práticas sustentáveis que se conectam com o território.

Lona Cultural Municipal Terra em Guadalupe

Lona Cultural Municipal Terra em Guadalupe
Lona Cultural Municipal Terra em Guadalupe

O Projeto “Terra Consciente” foi uma ação artístico-cultural-ambiental dedicada a crianças, com atividades de reciclagem e reuso. Para garantir meios de preservação e uma rede sobre práticas sustentáveis a longo prazo.

Museu da História e da Cultura Afro-brasileira na Gamboa

MUHCAB
MUHCAB

O Projeto “Horta Ancestral” ofereceu uma oficina afro centrada para relacionar as atividades de cultivo à história e religiões de matriz africana, por meio de práticas de cultivo, palestras e trocas de saberes.

Centro de Arte Hélio Oiticica na Praça Tiradentes

Centro de Artes Hélio Oiticica
Centro de Artes Hélio Oiticica

O Projeto “H.Orta – Horta Comunitária Cultural” construiu uma horta de ervas medicinais e pancs reutilizando a própria obra PN10 de Hélio Oiticica, e compartilhou conhecimentos em uma roda de conversa sobre plantio e ancestralidade.

Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro na Gávea

O Projeto “Primavera no Museu da Cidade” estimulou a população a conhecer a fauna e a flora do Parque da Cidade através de caminhadas guiadas. Para conhecer as características do Bioma da Mata Atlântica e trazer a consciência ambiental também por espécies em extinção.

Centro Cultural Profª Dyla de Sá na Praça Seca

Centro Cultural Profª Dyla de Sá
Centro Cultural Profª Dyla de Sá

O Projeto “Conecta Clima” mobilizou crianças de escolas públicas, artistas locais e moradores, em ações de educação ambiental sobre biodiversidade, práticas de cultivo e a arte grafite. Com o propósito de conscientizar a população, valorizar o espaço e provocar o território sobre os impactos ao meio ambiente.

Espaço Cultural Sérgio Porto no Humaitá

Espaço Cultural Sérgio Porto no Humaitá
Espaço Cultural Sérgio Porto no Humaitá

O Projeto “BicicletaRio” foi um convite para ciclistas de toda a cidade. Com o lançamento do programa “Ciclista Paga Meia” e instalação do bicicletário no Espaço, a ideia é estimular o debate climático e a redução da emissão de carbono através do incentivo ao uso da bicicleta.

Centro Coreográfico do Rio e Centro da Música Carioca na Tijuca

Centro coreográfico da Tijuca
Centro coreográfico da Tijuca

O Projeto “Rio Maracanã Vivo em dança e música” realizou palestras, painéis informativos, ensaios e um cortejo pelas ruas que cortam o Rio tijucano. A conscientização ambiental foi a impulsionadora da ação que alcançou crianças de escolas públicas, artistas e a população.

Espaço de Leitura Jorge Amado no Complexo da Maré

Espaço de leitura Jorge Amado
Espaço de leitura Jorge Amado

O Projeto “Coleta Maré” construiu uma rede de mobilizadores, como órgãos públicos e gestores, para coletar o lixo despejado no seu entorno, pesquisa de campo e ações no Espaço de Leitura e em escolas públicas para promover uma conscientização ambiental nas crianças.

Arena Jovelina Pérola Negra na Pavuna

Arena Jovelina
Arena Jovelina

O Projeto “Horta Comunitária” ofereceu uma série de atividades artísticas para crianças, estudantes das escolas públicas do bairro, com o plantio de mudas na inauguração da Horta Comunitária Arena Jovelina, atividades artísticas e contação de histórias relacionadas às ações de desenvolvimento sustentável.

Informações no Instagram @cultura_rio

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