Enquanto se fala muito do “reino dos céus”, segue a luta pelo “ouro da terra”. Quem precisa de novela numa eleição como essa? No domingo, 23, Pelé fez aniversário, a Copa do Mundo está chegando, mas no “país do futebol” até as camisas da seleção brasileira viraram política. Porém, se a última semana das novelas reserva as maiores emoções, o que parecia ser o suspense eleitoral de sempre, tomou ares de história policial. E como se fosse o mordomo, que se não foi o assassino, é aquele que sabe quem cometeu os crimes, ressurge Roberto Jefferson (PTB). Com um talento especial para o “falem mal, mas falem de mim”, foi “tropa de choque” do presidente Fernando Collor, uma das figuras centrais do Mensalão, já apareceu com o olho roxo, dizendo ter sido atingido por um armário, lançou álbum como cantor, e por fim, ressurgiu na onda bolsonarista. Em prisão domiciliar, lançou candidatura à presidência, que obviamente seria impugnada, mas foi dessa vaga que surgiria Padre Kelmon, saído do anonimato para os debates do SBT e da Globo, levantando a bola para o presidente da república cortar!
Ex-apresentador de TV, com tanto talento para os holofotes, há quem defenda que a cena teria sido premeditada, mas sendo um Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), ao ferir policiais com tiros de fuzil e granadas, a coisa saiu do controle. A ideia seria agitar as redes sociais, no período eleitoral iniciado dia 25, em que só é preso quem for pego em flagrante cometendo crime. Porém, o protagonista teria errado no tom e no momento. O plano, se é que existiu mesmo, poderia ter funcionado. Era só não ter feito o vídeo desacatando a ministra, Carmen Lúcia, na véspera, mas… em prisão domiciliar deve sobrar muito tempo livre e “cabeça vazia, oficina do diabo”.
Enquanto se definia para qual presídio carioca iria o ex-deputado, na internet circulava a piada: “Bangu 1 X Roberto Jefferson 0”. Por mais criativa que seja essa teoria, se tudo foi mesmo de propósito, além do possível prejuízo eleitoral, Jefferson perdeu de goleada porque ao invés de Bangu 1, acabou em Bangu 8. Enfim, de “homem-bomba”, passou a ser radioativo e, dos que o apoiavam, sobrou apenas o Padre Kelmon.
Aqui e Agora
É tanta pesquisa e política envolvida, que resta analisar a média de todas elas. No primeiro turno, as que mais se aproximaram do resultado oficial foram: Paraná Pesquisas, no dia 26 de setembro, tendo Lula 48% e Bolsonaro 40,4%, e Futura Inteligência, dia 28, apontando 47,7% para o petista contra 42,9%. No dia 30, o Instituto MDA também divulgou levantamento, em que o atual presidente perdia por 50,4% a 41,2%, tendo em vista o resultado das urnas ter sido Lula 48,4% e Bolsonaro 43,2%.
Sobre o segundo turno: dia 12 de outubro, a Futura apontou empate técnico, 46,9% a 46,5%, enquanto o MDA, dia 16, atestou a liderança do petista com 48,1% a 41,8%. Já se encaminhando para a última semana da campanha, dia 22, o Paraná Pesquisas apurou que Lula tem 51,3% e Bolsonaro 48,7%. A conclusão que se tira é que, na média, há uma constante diminuição da diferença, mas a liderança de Lula se mantém na maioria dos casos. Deve-se levar em conta que, há muita bandeira do Brasil pelas ruas, mas e a quantidade de carros e casas sem nenhuma identificação partidária? Isso também tem que ser levado em conta. Sendo assim, resta lutar pelos indecisos, só que esse pessoal geralmente decide… não votar. E aí, como termina essa novela? Para quem acredita, o pai de santo, José Augusto Santos, conhecido como Pai Augusto de Oxalá, de Tramandaí, Rio Grande do Sul, diz que os búzios apontam a vitória de Lula. Será?