O Museu Nacional/UFRJ selará nesta sexta-feira, dia 25 de novembro, às 10h da manhã, a sua primeira cápsula do tempo, na área em frente ao Paço de São Cristóvão, sede da instituição, na Quinta da Boa Vista, na zona norte do Rio de Janeiro. Produzida pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), parceiro do Museu Nacional/UFRJ na iniciativa, a cápsula (55 cm X 61 cm X 43 cm) é de aço inox, revestida de polipropileno e será enterrada em um espaço com aproximadamente 1 metro de profundidade. Entre os mais de 100 itens que foram reunidos pelo Museu Nacional/UFRJ e seus parceiros estão: cartas de autoridades, jornais, documentos, vídeos, documentos em pendrive, pequenas partes de revestimentos do Paço de São Cristóvão, desenhos de alunos de escolas públicas, entre outros objetos e lembranças. A abertura da cápsula está prevista para 2072.
A nova cápsula será enterrada sem que uma outra, presente no Jardim Terraço, em frente à sede do Museu Nacional/UFRJ, há 50 anos, tenha sido resgatada. Essa iniciativa ficará a cargo da Prefeitura do Rio de Janeiro que definirá uma data para a solenidade. Os materiais que ainda estiverem em boas condições serão entregues ao Museu Nacional/UFRJ para a composição do acervo.
“O momento não poderia ser mais propício para montarmos uma nova cápsula do tempo. O ano de 2022 é extremamente marcante, não só por celebrarmos o Bicentenário da Independência do Brasil, como também pelo marco nas obras de reforma e recuperação do Palácio de São Cristóvão, com a entrega da fachada. Nos últimos meses, reunimos uma série de peças e materiais de interesse social, cultural e científico que, certamente, vão gerar muita curiosidade daqui a 50 anos”, explica Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional/UFRJ. “É um evento do bem, pensando não apenas no passado, mas sobretudo no futuro, o que é simbolizado pela ampla participação de crianças que poderão vivenciar a abertura da cápsula.”
De acordo com Patrícia Braga do Desterro do Museu Nacional/UFRJ, a produção de uma cápsula do tempo tem o compromisso de registrar as memórias dos nossos dias para os que ainda virão. “Registramos por meio de objetos, desenhos, imagens, as memórias de um tempo, um tempo marcado por acontecimentos. Um tempo sobretudo marcado pela esperança de reconstrução do país e do nosso Museu. Falar sobre o tempo com as crianças e de suas expectativas para o futuro é muito importante, não podemos deixar de ouvi-las e possibilitar que elas exerçam sua cidadania e se coloquem, registrando seus sonhos, desejos, críticas com relação ao mundo em que vivem e ao que esperam construir e encontrar no futuro”, comenta.
A frente da direção do do INT, Iêda Maria Vieira Caminha destaca a parceria na construção da cápsula do tempo: “Desde 1972, fomos parceiros do Museu Nacional/UFRJ, projetando e construindo a primeira cápsula do tempo. Agora, estamos novamente juntos no projeto da nova cápsula do tempo, envolvendo a competência das áreas de Materiais e de Corrosão do INT. Reunidos na celebração do Bicentenário da Independência, reforçamos o caráter de Estado dessas duas instituições parceiras de longa data e reconhecidas por sua relevante contribuição à Ciência, Tecnologia, e que estão hoje projetando o futuro para as próximas gerações”.
Criada para armazenar objetos e informações que retratam uma determinada época, as cápsulas do tempo apresentam elementos que permitem o conhecimento sobre hábitos e valores de uma sociedade. Especialmente preparadas para que o conteúdo seja preservado, as cápsulas do tempo incluem objetos, moedas, documentos, cartas e lembranças pessoais das pessoas envolvidas em sua produção. O nome cápsula do tempo foi usado pela primeira vez, em 1938, em Westinghouse, Nova Iorque.