Pelé, que morreu nesta quarta-feira, 29, sempre se declarou vascaíno e demonstrou seu amor pelo clube de São Januário mesmo assim, ainda há quem questione o vascainidade do maior de todos os atletas do mundo, isso não discute.
Em diversos momentos Pelé se declarou vascaíno, inclusive em entrevista recente ao canal Pilhado, como você pode ver no vídeo abaixo:
O amor de Pelé foi correspondido, durante a Gestão de Alexandre Campello, o Vasco da Gama prestou linda homenagem ao Rei do Futebol.
Agora, com o lamentável falecimento de Pelé, o Vasco decretou luto de sete dias e fará uma série de homenagens.
Confira abaixo como o Vasco da Gama se posiiciou com o falecimento de Pelé
O Vasco da Gama, com imenso pesar, lamenta o falecimento de Edson Arantes do Nascimento, Pelé, o maior jogador da história. O Rei do Futebol. O clube enviou um ofício ao Santos Futebol Clube homenageando o Atleta do Século e também declara luto de sete dias, com bandeiras a meio mastro durante este período em todas as sedes.
Pelé é o maior jogador do esporte de todos os tempos e reconhecido por abrigar em sua trajetória grandes honrarias, como o prêmio de “Atleta do Século”, concedido em 1999, e o título de Sir – Cavaleiro Honorário do Império Britânico, condecorado pela Rainha Elizabeth em 1997. Vencedor de três Copas do Mundo com a Seleção Brasileira e autor de 1284 gols, Edson Arantes do Nascimento tem o Vasco entrelaçado em sua história.
Torcedor cruzmaltino desde a infância, quando dava os primeiros passos no esporte em Três Corações, Minas Gerais, Pelé recebeu o apelido vindo de um goleiro que atuava no time em que seu pai jogava. A equipe se chamava Vasco da Gama de São Lourenço (MG), em homenagem ao Gigante da Colina, e o arqueiro, ídolo de Pelé na época, tinha o apelido de Bilé. Porém, o jovem Edson não conseguia pronunciar o nome com exatidão e o chamava pelo apelido que acabou eternizado por ele no futuro.
No ano de 1957, Vasco e Pelé se encontraram para escreverem uma página que marcou a história agremiação vascaína e do jogador. Profissional desde cedo, com apenas 16 anos Pelé envergou a camisa Cruzmaltina. Em meados daquele ano, a equipe principal do Vasco excursionava na Europa. No Brasil, o Gigante da Colina e o Santos formaram um combinado para participar do Torneio Internacional do Morumbi (ou, como ficou mais conhecido, Torneio do Morumbi), um torneio amistoso internacional com partidas no Rio e em São Paulo. O Vasco cedeu ao combinado Paulinho e Bellini, convocados para a Seleção Brasileira para a disputa da Copa Roca contra a Argentina, e mais Wagner, Iedo, Artoff e Valdemar, reservas que não participavam da excursão. Entre os jogadores cedidos pelo Santos, havia o adolescente Edson, ainda reserva, despontando para o futebol, cuja alcunha muitos não sabiam ao certo se era Pelê ou Pelé.
O Combinado Vasco-Santos atuou quatro vezes, as três primeiras no Rio com o uniforme do Vasco e a última em São Paulo, com o uniforme do Santos. Os jogos do Combinado ocorreram de 19/06 a 29/06. Pelé marcou gols em todas as partidas, inclusive, um sobre o Flamengo. A atuação de Pelé nesse torneio, defendendo as cores cruzmaltinas, chamou a atenção do técnico da Seleção Brasileira, Sylvio Pirillo. O jovem atacante foi convocado e fez a sua estreia no selecionado nacional, no dia 07 de julho de 1957, marcando um gol na derrota do Brasil para a Argentina, na disputa da Copa Roca. Dessa forma, pouco mais de uma semana após a última partida no torneio, Pelé já estava em campo com a camisa da seleção.
Aos 29 anos, novamente, Vasco e Pelé se reencontraram para escreverem juntos, novamente, a história do futebol. O Rei do Futebol marcou o seu milésimo gol na carreira em confronto contra o cruzmaltino, no Maracanã, em 19 de novembro de 1969. Após marcar o tento, de pênalti, o craque vestiu a camisa vascaína com o número 1.000 às costas e comemorou com uma volta olímpica no gramado do estádio.
No decorrer da “Era Pelé” no Santos (1957-1974), o Vasco e a equipe da Vila Belmiro se enfrentaram 29 vezes, com 11 vitórias do Vasco, 6 empates e 12 vitórias santistas. Com Pelé em campo, contra o seu clube do coração, foram 21 jogos, com 8 vitórias vascaínas, 4 empates e 9 vitórias santistas. O Rei marcou 9 vezes contra o seu “Vasquinho”, forma carinhosa do Pelé se referir ao clube que amava. Por fim, sem Pelé em campo, foram 8 jogos, 3 vitórias do Vasco, 2 empates e 3 vitórias do Santos. Os números demonstram um grande equilíbrio, sendo a participação do Rei em campo fundamental para a ligeira vantagem adversária.
Uma curiosidade, o Rei atuou apenas uma vez no Estádio de São Januário, e não foi contra o Vasco. No dia 11 de novembro de 1961, o Santos de Pelé aplicou um sonoro 6 a 2 no América, do Rio de Janeiro, em partida válida pela antiga Taça Brasil.
Em reconhecimento ao histórico do Vasco da Gama na luta contra o preconceito, Edson Arantes do Nascimento declarou diversas vezes a gratidão e aplaudiu o esforço cruzmaltino em buscar sempre a igualdade no esporte. Entre outras frases, uma ficou eternizada pelo Rei: “O Vasco é o time que me abriu as portas para o mundo”. O Rei do Futebol jamais foi esquecido em São Januário e uma prova disso foi dada recentemente, no início de 2021, quando Pelé recebeu o título de Sócio Honorário do Vasco.