Acordei neste domingo com uma bomba que detonou meu coração. Perdemos um gigante: Roberto Dinamite, o maior artilheiro do Campeonato Brasileiro – e que ouso dizer, jamais será superado em números nessa competição. Concorrentes, desarmem-se: vocês… nunca serão!
Principal ídolo do Vasco, membro da academia dos imortais do futebol nacional, Roberto suava como poucos a camisa 10. E o petardo da primeira notícia nitroglicerina pura de 2023 estourou hoje exatamente às dez – 10h50, para ser preciso. Roberto não está mais entre nós. No entanto, jamais deixará de fazer parte das nossas mais memoráveis recordações.
O falecimento deste ícone arrebentou os sentimentos de quem ama a bola. Lutando com todas as forças contra um tumor, como brigava com os zagueiros antes de desferir a potência impossível de ser detida, sua saída de cena espoca como artilharia pesada sobre os fãs que tiveram o prazer de vê-lo jogar, cobrar faltas, pênaltis, marcar gols de cabeça, de direita, de esquerda, cinco contra o Corinthians, tantos mais contra o Flamengo, seu arquirrival que tanto o respeitava.
Com a camisa do clube do coração que hoje parou de espocar, minou por 708 vezes os corajosos goleiros que o encararam. Artilharia pura na tropa de elite do Brasileirão, somou 190 gols nessa competição.
Desabrochou do ventre materno em 1954, retumbou os olhos da crítica em 1971, quando assumiu o apelido que o eternizou, e com cólera nos olhos e fogo nas ventas ganhou o primeiro Brasileiro do Vasco em 1974. A partir de então, travou inesquecíveis duelos contra o seu fiel amigo Zico. Por cinco vezes presenteou seu clube com o título carioca, a maior parte sobre o principal rival.
Uma pena não tomar a posição na seleção de 1982. Seguramente, desfilaria sua arte junto a tantos craques do mesmo quilate. Seu negócio era vencer. Seu legado, estufar as redes.
Como presidente, deu ao Vasco sua única Copa do Brasil e virou, com todos os méritos, estátua em São Januário.
Hoje os deuses do esporte trovejam no Olimpo. Cabe a nós superar esse estrondo. Porque Dinamite jamais implodirá. Expande-se, tal qual um Big Bang eterno e infinito.