Sala de leitura em Copacabana conta com 1,2 mil títulos e delivery gratuito de livros

Diário Carioca
Sala de Leitura Alfredo Machado (João Victor Ramirez)

A Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e a Ceji Consultoria e Negócios – em parceria com a Bike Ciclo Courier – lançam um serviço inédito no Rio: a entrega gratuita de livros a domicílio. Previsto para estrear ainda este mês, o delivery é uma das ações da nova Sala de Leitura Alfredo Machado, inaugurada nesta segunda-feira (16/01) às 16h, dentro da Sala Baden Powell, em Copacabana. A entrega das obras literárias será feita de bike, de terça a sábado, das 9h às 18h, atendendo a moradores de Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon. 

“A iniciativa faz parte de uma política de fomento à leitura, disseminação da informação, ampliação do conhecimento e facilitação da mobilidade, tendo em vista que a sala de leitura em questão está localizada em Copacabana, bairro com a maior população idosa da cidade do Rio de Janeiro”, ressalta Sinara Rúbia, escritora e gerente de Livro e Leitura da SMC. 

Para solicitar o delivery, basta acessar via WhatsApp (ainda em definição). É de graça! A data da devolução, também a cargo do entregador, varia de acordo com a espessura e quantidade do livro, além da data do empréstimo.

Em busca de incentivar a leitura na cidade, a Secretaria Municipal de Cultura está reinaugurando bibliotecas em vários pontos do Rio. Entre elas a Cecília Meireles na Lona Cultural Jacob do Bandolim, em Jacarepaguá; Machado de Assis, em Botafogo, e Marques Rebelo, na Tijuca, além do Espaço de Leitura Moacyr Teixeira, na Areninha Sandra Sá, em Santa Cruz.

Palco de atrações de artistas brasileiros e de países como EUA, França, Uruguai e Argentina, a Sala Baden Powell ficou famosa por, nos últimos anos, manter uma programação voltada para os idosos. O imóvel foi inaugurado em 2000, no lugar do antigo cinema Ricamar, fundado em 1958 e que funcionou até 1994. Desde 2012 sob a guarda da Prefeitura, mantém um teatro com 485 lugares; duas salas multiuso para músicos e ensaios e um café no foyer. 

Alfredo Machado, editor carismático e defensor do livre acesso ao livro

O nome Alfredo Machado é em homenagem ao centenário do criador da Editora Record, que forneceu 1,2 mil títulos à nova sala. A Record existe há 80 anos, hoje detentora de obras de autores como Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado e Affonso Romano Sant’Anna. 

O carismático editor marcou época cuidando da obra dos maiores nomes da literatura nacional da segunda metade do século XX. Alfredo Machado foi secretário municipal de Turismo, na gestão de Marcos Tamoyo e presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livro.

Alfredo da Cruz Machado nasceu no Rio em 10 de maio de 1922, estudou no Pedro II, formou-se em Direito na Universidade do Brasil, mas nunca exerceu a advocacia, tendo se consagrado como editor de alguns gigantes da literatura nacional, como Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Jorge Amado, entre outros.

Dono de tiradas espirituosas sobre o seu ofício, Alfredo defendia a democratização do acesso ao livro e abriu o caminho para os editores brasileiros nas grandes feiras internacionais.  

A Record, parceira da Prefeitura do Rio nesta iniciativa e atualmente instalada em São Cristóvão, foi fundada por Alfredo em 1942, na Rua São José, 61. É uma das mais antigas e tradicionais empresas cariocas em atividade no ramo da economia criativa

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