‘Parar de vender bombons e se recriar’, analisa especialista sobre o futuro da Americanas 

Diário Carioca

Em meio à escândalos sobre o rombo de R$ 40 bilhões que foi descoberto no último sábado (14), o futuro da Americanas ainda está incerto. Os bancos estão receosos nas negociações e o mercado financeiro descredibilizando a marca. Com o intuito de conseguir quitar a dívida, o Grupo entrou com pedido de Recuperação Judicial, até o momento não se sabe se o pedido será aceito.  

Douglas Duek, um dos maiores especialistas em Recuperação Judicial do Brasil analise que o futuro da Americanas é incerto, mas há esperança a partir de uma recuperação judicial e relação transparente com os credores. ”O varejo hoje está em uma situação muito difícil. Se formos reparar, já vimos muitas críticas para a Via Varejo, Magalu e outros. Então é um setor muito criticado tanto do B2B quanto no B2C. No caso da Americanas, o foco agora é se recriar, colocar novos produtos, serviços, agregando valor de uma forma diferente. Então, não dá para ficar vendendo bombons nas lojas onde também pagam aluguel porque hoje ela já não tem a mesma margem e lucratividade que tinha no passado”, diz Douglas. 

Duek  explica que, além de se recriar, a Americanas precisa mudar a forma de fazer mercado e tentar uma reconciliação com seus credores que se sentem expostos e até traídos. O especialista ressalta que nos últimos 10 ou 15 anos, o Grupo já vem seguindo uma linha progressiva prejuízo e de margem de lucro ruim, por isso é precisa de uma virada de chave e transformação de marca para que exista um futuro. “A Americanas vai ter que se recriar para aumentar essa margem de contribuição drasticamente e renegociar suas dívidas dentro da recuperação judicial para ficar menor e mais fácil de pagar esses R$40 bilhões em dívidas, buscando uma viabilidade que agora não existe”, ressalta. 

Douglas aconselha que para empresas que estão inseridas em uma situação deste tipo, a melhor saída é a recuperação judicial. “Empresas nessa situação precisam de um processo de recuperação judicial sólido e transparente, pois fora dele é muito difícil, quase impossível, conseguir quitar as dívidas e se levantar.”, finaliza.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca