Salvador, Anoiteceu e é Carnaval

Diário Carioca
Paulo Verlings _ foto © Paula Kossatz _

A ideia que fez gestar pela dramaturga Marcéli Torquato o texto de “Salvador, Anoiteceu e é Carnaval” surgiu do ator Paulo Verlings, que interpreta o personagem título “Salvador” e é acompanhado por um elenco multirracial, além de quatro músicos que tocam ao vivo, com direção musical de Marcelo Rezende e direção geral de Vilma Melo. Na peça, a namorada de Salvador sumiu no dia do casamento, ele procurou e não achou nunca. Até que uma carta anônima diz que ela está em Ermo, uma cidade desencantada, sem tempo para nada. Salvador vai atrás dessa pista como última tentativa de encontrar o seu amor. No elenco estão: Paulo Verlings (Salvador), Aline Carrocino (Ioiô), Carolina Pismel (Ceo), Ester Dias (Margarete), Jorge Florêncio (Silva/Carlinhos), Nando Brandão (Gerente), Patricia Elizardo (Silva/Madà) e Udylê Procópio (Xuê). A temporada de estreia (nacional) tem início em 24 de fevereiro e segue em cartaz até abril, no Teatro II do CCBB Rio de Janeiro. De quarta à sexta o espetáculo será apresentado para um público a partir de 14 anos, aos sábados e domingos uma versão vespertina vai entreter toda família. Com patrocínio do Banco do Brasil, após a temporada no CCBB Rio de Janeiro, o espetáculo cumprirá temporadas no CCBB Brasília, São Paulo e Belo Horizonte.

“A peça não está distante do que nós, sociedade moderna, estamos atravessando, tanto no sentido global, quanto em um recorte mais específico sobre o nosso país.  Marcéli, nossa autora, nos presenteia com um olhar poético sobre esse comportamento.  Há aqueles que são seduzidos por um encaixe, por um padrão, pela falta de questionamento, e acabam por anular a sua individualidade… Em contraposição há os que lutam pela liberdade de ser, de existir, de estar”, comenta a diretora Vilma Melo.

Assim como em “Pá de Cal (Ray-Lux)”, concebido em 2020, mas realizado em 2022 por conta da pandemia, o espetáculo inédito “Salvador, Anoiteceu e é Carnaval” é uma idealização de Paulo Verlings, vislumbrando questões da nossa contemporaneidade que nos tocam de forma sensível.

“Esse espetáculo surge do meu desejo de trazer à tona questões como: aonde nós estamos colocando o nosso tempo, o nosso trabalho, os nossos sonhos? Que qualidade de vida estamos tendo? Até que ponto a gente perde essa mão? A ideia é trazer essa discussão através dessa fábula, que tem como contraponto popular as músicas do Carnaval de Salvador”, comenta Paulo Verlings, intérprete do protagonista da história. “Salvador é um jovem músico e compositor com uma personalidade pura, que está em busca do seu amor e nas suas andanças acaba encontrando um desdobramento disso. Ele tem uma vertente muito sonhadora, o que o aproxima um pouco da versão lírica de uma fábula. Salvador é um herói fabulesco contemporâneo”, conclui Paulo.

O ambiente sonoro e a trilha musical do espetáculo

“A sonoplastia apresenta um pouco a paisagem sonora de Ermo, uma cidade “parada” para a vida. Salvador chega contagiando essas pessoas, mostrando uma outra forma de ver e de viver através de músicas baianas de todas as épocas: Caetano Veloso, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Chiclete com Banana, Ara Keto, Luiz Caldas, Gerônimo, Timbalada, Armandinho, Dodô e Osmar, além de outros não baianos que ajudam compor a trilha sonora do espetáculo”, comenta o diretor musical Marcelo Rezende.

Resenha da peça, por Marcéli Torquato

“A Marcéli tem uma forma muito poética de escrever, sem rubricas, tudo é cena. De alguma forma assumindo o papel de narradora, como se fosse ela própria nos contando essa história, misturando um pouco o conto, a poesia com a dramaturgia. Meu trabalho basicamente é dar imagem a sua poesia. E o texto dela é incrível, às vezes tenho receio de estar atrapalhando o texto da Marcéli. Ela escreve sobre o mundo fantástico, mas apontando para o mundo real que acontece agora”, diz Vilma Melo.

Salvador é percussionista de profissão, bate um tambor como ninguém. Há muitos anos atrás, namorava Constância, ela amava dançar, mas tinha mania de grandeza e dizia que dança não era trabalho, era atividade física. Salvador achava graça da namorada tão focada. Ela dizia que ele era a cigarra dela e que no inverno ela iria abrigá-lo no seu formigueiro. E ele dizia, eu te amo mesmo você sendo uma outra espécie de inseta, minha formiguinha, e riam juntos.

Às vezes a gente ri na cara do perigo, sem nem imaginar o que pode estar por vir. No dia da cerimônia Constância desapareceu. Todo mundo achou que ela tinha fugido do compromisso, mas algo nessa história não fazia sentido, porque as coisinhas que ela tinha estavam na casa, tudo do jeitinho que ela deixou, carteira, lenço, o vestido preferido, o vestido de noiva prontinho.

Salvador apaixonado e desesperado, caiu no mundo, foi atrás da moça sem pista, não achou nunca, chegaram a fazer um enterro simbólico para ela lá na cidade, foi triste e bonito. Ele tocou as músicas preferidas dela, as músicas deles. Encheu um barquinho de flor, colocou o vestido preferido dela lá dentro, soltou no rio e disse: vai, formiguinha, vai conhecer o mar. Ela sonhava em ver o mar.

A vida de Salvador já tinha notas de normalidade, até que um dia recebeu uma carta. Dentro do envelope havia uma foto de Constância, no verso uma única frase em letra bastão: SUA NAMORADA VIVE EM ERMO.

Salvador foi atrás do que o bilhete dizia. Reproduziu a foto que recebera 500 vezes em tamanho grande para colar pela cidade do bilhete e levou uma caixa grande, dentro da caixa, o vestido de noiva. A peça começa aqui.

Ermo, uma cidade desencantada. Onde ninguém tem tempo para nada, não dormem, não comem, ninguém nasce e ninguém morre. Para ganharem tempo, desenvolveram um idioma próprio, Atalho, falam as palavras pela metade, para chegar mais rápido no fim da frase. Todos também têm um único nome, Silva.

Tudo ali gira em torno da TimeTime, uma fábrica de relógios.  O povo da pressa, mudou o movimento do sol e o pulso do coração, parece fantasia, mas aconteceu. Quanto mais relógios, mais dia Ermo tinha. A noite encurtou, o dia alongou e enquanto era dia o sol ficava a pino, quando a noite caia, o sol despencava a olhos vistos.

Chegando em Ermo, Salvador encontra Margarete, a única cidadã dali que não desencantou, a única que o coração faz TUM DUM. Margarete tem um amigo encantado, Xuê, é um ser que ninguém sabe explicar bem o que é, mas sabe-se que os Silva não conseguem vê-lo, como também não veem Ioiô, outra amiga inseparável de Margarete que também é um ser misterioso.

Margarete promete ajudar Salvador a achar seu amor. Salvador promete ajudar Margarete a salvar sua cidade, a partir daí, eles seguem numa jornada musical e apaixonada, cheia de mistério e paixão.

Privilegiando acessibilidade do público, além dos lugares para cadeirantes, durante a temporada haverá uma sessão com intérprete de Libras. Acompanhe as redes sociais do CCBB @ccbbrj bb.com.br/cultura e do espetáculo @espetaculosalvador para saber as notícias da temporada.

Sobre o CCBB Rio

O Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro funciona de segunda a domingo, das 9h às 21h, no domingo, das 9h às 20h, e fecha às terças-feiras. Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o CCBB está instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva. Marco da revitalização do centro histórico do Rio de Janeiro, o Centro Cultural mantém uma programação plural, regular e acessível, nas áreas de artes visuais, cinema, teatro, dança, música e pensamento. O prédio dispõe de 3 teatros, 2 salas de cinema, cerca de 2 mil metros quadrados de espaços expositivos, auditórios, salas multiuso e biblioteca com mais de 200 mil exemplares. Os visitantes contam ainda com restaurantes e cafeterias e loja, e serviços com descontos exclusivos para clientes BB.

Ficha técnica

Dramaturgia: Marcéli Torquato

Supervisão Dramatúrgica: Jô Bilac

Direção: Vilma Melo

Direção Musical: Marcelo Rezende

Elenco/personagens: Paulo Verlings (Salvador), Aline Carrocino (Ioiô), Carolina Pismel (Ceo), Ester Dias (Margarete), Jorge Florêncio (Silva/Carlinhos), Nando Brandão (Gerente), Patricia Elizardo (Silva/Madà) e Udylê Procópio (Xuê)

Músicos: Guilherme de Menezes (guitarrista e violonista), João Marcos Freitas (baterista), Leandro Vasques (baixista) e Raoní da Silva (percussionista)

Sound Design: Rossini Maltoni

Iluminação: Anderson Ratto

Cenografia: Mina Quental

Cenotecnia: André Salles

Figurino: Karen Brusttolin

Visagismo: Rafael Fernandez

Preparação Corporal: Valéria Monã

Preparação Vocal: Germana Guilhermme

Assistência de Direção: Fernanda Dias

Assistência de Direção Musical: Guilherme de Menezes

Assistência de Visagismo: Loeni Mazzei

Adereços: Claudia Taylor e Franz Pinto

Costura: Vera Costa

Design de Sapatos: Gomes

Operação de Luz: Poliana Pinheiro

Operação de Som: Jackson Marques e Branco Ferreira

Microfonista: Ananda Amenta

Contrarregragem: Bruno Oliveira

Camareira: Iracema Costa

Assessoria de Imprensa: Ney Motta

Fotos de Divulgação: Paula Kossatz

Programação Visual: André Senna

Redes Sociais: Mariã Braga

Coordenação Administrativo-financeira: Patrícia Basílio

Contabilidade: Darly Alves – Alac Contabilidade

Produção Executiva: Dalila Tardelli

Direção de Produção: Ártemis e Paulo Verlings

Idealização: Paulo Verlings

Produção: Outrar Produções Artísticas EIRELI

Serviço

Temporada: 24 de fevereiro até 2 de abril de 2023.

Versão para público a partir de 14 anos: Quarta à sexta, às 19h30, com duração de 90 minutos.

Versão para toda família: Sábados e domingos, às 16h, com duração de 60 minutos.

Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro II

Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro.

Informações: 21 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br

Valor do ingresso: R$ 30 (inteira) e R$15 (meia)

Estudantes, maiores de 65 anos e Clientes Ourocard pagam meia entrada.

Ingressos adquiridos na bilheteria do CCBB ou antecipadamente pelo site bb.com.br/cultura

Funcionamento do CCBB Rio: segundas, quartas, quintas, sextas e sábados, das 9h às 21h; domingos, das 9h às 20h (fecha às terças)

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