Denúncias de assédio sexual no trabalho aumentam em São Paulo

Diário Carioca

Nos últimos quatro anos, as denúncias de assédio sexual recebidas pelo Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT/SP) passaram de 11, em 2018, para 182, em 2022. Neste ano, até esta quarta-feira (8), foram recebidas pelo MPT 54 denúncias. 

A procuradora do Trabalho Sofia Vilela destaca que os números não necessariamente refletem o aumento dos casos, pois, anteriormente, muitos podiam estar silenciados. Em nota, ela cita o constrangimento e o descrédito a que as mulheres são submetidas em casos de assédio no ambiente de trabalho.

Segundo a procuradora, a ampla repercussão de casos como o que envolveu o então presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, no ano passado, contribuiu para estimular as vítimas a denunciarem. Guimarães foi processado pelo MPT. Na época, ele negou as denúncias de abusos contra funcionárias do banco.

Para Sofia Vilela, também que as campanhas de conscientização contribuem para aumentar o número de denúncias.

Como denunciar O MPT orienta as pessoas que estejam sofrendo ou testemunhando casos de assédio sexual no trabalho a denunciar os abusos. O primeiro passo é procurar um canal interno de denúncias na organização em que trabalha para registrar o caso. 

Em caso de medo de represálias, a denúncia pode ser feita ao MPT, que abrirá investigação contra a empresa. 

O Ministério Público do Trabalho destaca ainda que é importante reunir testemunhas da situação e, nos casos em que a própria denunciante esteja sofrendo o assédio, nunca ficar sozinha com o agressor. Gravações em vídeo ou áudio também podem ser usadas como provas, mas não são obrigatórias.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca