Especialista em importações chinesas revela expectativas da visita de Lula a China

Diário Carioca
Rodrigo Giraldelli

As exportações do Brasil para a China serão essenciais para o desempenho da balança comercial brasileira em 2023, segundo o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Do lado da China, as exportações de bens aumentaram 0,9% ano a ano durante os primeiros dois meses, o que representa 3,5 trilhões de yuans (US$ 506,10 bilhões). Com tudo isso, a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao país, entre os dias 24 e 30 de março, torna-se o centro das atenções para quando o assunto são as relações comerciais entre os dois países. Isso por que, há mais de uma década a China é o maior parceiro comercial do Brasil, sendo que das 27 unidades da federação, 14 têm o país asiático como seu principal destino das exportações, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O campeão das importações chinesas, junto ao Brasil são os produtos do agronegócio (soja, carnes, produtos florestais, complexo sucroalcooleiro e fibras e produtos têxteis), que em 2022, totalizaram US$ 58,8 bilhões (R$ 306 bilhões).

O consultor em importações com foco na China, Rodrigo Giraldelli, explica que a visita, apesar de favorável para estreitamento de relações, não será somente para comércio, relações de compra e venda, assuntos que têm afetado diretamente os comerciantes brasileiros. “A balança comercial de 2022 é favorável para o Brasil, pois tivemos um saldo positivo. Isso por que o Brasil comprou U$$ 60 bilhões de dólares e vendeu U$$ 89 bilhões de dólares para a China. A expectativa é que o presidente Lula também abordará, durante a vista, assuntos relacionados ao investimento chinês no Brasil, do ponto de vista da infraestrutura, agronegócio e no ramo de energia. A China é a segunda maior economia do mundo, está crescendo muito, e em algum momento passará os EUA. É muito bom recebermos investimentos externos, sendo feito da forma correta. Precisamos ampliar a cooperação entre os países”, explica Rodrigo.

A comitiva, também, é interessante para o estreitamento das questões diplomáticas, segundo Rodrigo Giraldelli. “Há no momento a guerra da Ucrânia, onde todos esperam os posicionamentos dos países, e economicamente falando temos os dois governos alinhados com a esquerda e com forte apelo econômico acelerado. O normal é que governos mais à esquerda sejam mais fechados, que priorizem mais a indústria nacional, porém a China é fora da curva. Tendo uma boa cooperação entre os países, esses fatores ideológicos dão lugar para o alinhamento”, argumentou o especialista.

Do lado do Brasil, de acordo com o especialista em importações chinesas, espera-se um aumento do fluxo de negócios entre os países, tanto do ponto de vista comercial, como de investimentos. “Queremos também que esse fluxo cresça na área da tecnologia, pois a China está avançada nesse aspecto, junto da logística, comércio eletrônico e inovação. Diferente do que acontece nos EUA e no Vale do Silício, na China tem muita coisa boa surgindo, e espero que o governo tenha essa proximidade com tudo o que eles produzem, para que nós possamos entender, aproveitar e melhorar a qualidade do que produzimos aqui no Brasil”, comenta Rodrigo Giraldelli.

Esse estreitamento de relações do Brasil com a China pode representar para os empresários um comércio mais fluido. “É um comércio com menos arrasto, é um comércio mais rápido por exemplo. Então, redução de burocracia é a melhor coisa que que pode acontecer nesses casos.”, finaliza Giraldelli, à frente da China Gate, consultoria e escola on-line – com mais de dois mil alunos em todo o Brasil – pioneira no tema sobre importações chinesas.

Sobre Rodrigo Giraldelli, da China Gate: @rodrigogiraldelli

Formado em Administração de Empresas e Economia, o paranaense Rodrigo Giraldelli é um dos pioneiros na importação de produtos da China para o Brasil. CEO da China Gate, empresa especializada em consultoria e educação sobre importação, Rodrigo auxilia comerciantes que desejam ampliar sua margem de lucro com produtos do país asiático. Além da consultoria, Rodrigo também ministra cursos on-line para ensinar empreendedores sobre o ofício. Com profundo conhecimento em marketing digital, Giraldelli publica, semanalmente, conteúdos nas redes sociais (@chinagatebrasil) e em seu canal do Youtube sobre importação.

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