Interior do Rio de Janeiro teve superávit no balanço do comércio internacional em 2022

Diário Carioca
Porto do Açu, no Norte Fluminense - Divulgação

O estado do Rio teve a maior corrente de comércio em 2022 (US$ 70 bilhões) desde o ano 2000, com recordes tanto na exportação quanto na importação. No ano, a balança comercial fluminense teve superávit de US$ 18,9 bilhões, segundo o boletim Rio Exporta 2022, produzido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

As importações fluminenses somaram US$ 25,4 bilhões, 13% superior a 2021. Já as exportações do Rio (US$ 44,3 bilhões) subiram 33% frente a 2021. A redução do isolamento imposto pela pandemia e a alta dos preços internacionais do petróleo foram alguns dos fatores que levaram a balança comercial fluminense a apresentar superávit em 2022.

A capital fluminense somou uma corrente de comércio de US$ 30,5 bilhões, 32% acima do ano anterior, com aumento de 56% nas exportações. As vendas de óleos brutos de petróleo (US$ 17 bilhões) avançaram 70%, frente a 2021. China (US$ 7,9 bilhões) foi o principal destino.

Já as demais regiões do estado do Rio representaram 54% das exportações do estado (US$ 26 bilhões) e 66% nas importações (US$ 16,7 bilhões). Mais de 70% das vendas externas corresponderam a óleo bruto de petróleo, enquanto o destaque na importação foi para equipamentos de aviação, com compras de motores e turbinas, conforme a edição especial do boletim Rio Exporta.

Desempenho das Regiões, conforme a Firjan

No Norte Fluminense, as exportações aumentaram 19% no ano passado, somando US$ 2,5 bilhões, refletindo o crescimento de 56% em vendas internacionais originadas em São João da Barra (US$ 2 bilhões). A Índia permaneceu como principal exportador da região, onde as vendas de óleos brutos de petróleo (US$ 2,4 bilhões) apresentaram avanço de 26% no ano e representaram 97% do total exportado.

Maartje Driessens, gerente de Desenvolvimento de Negócios Internacionais do Porto do Açu, atribui esse avanço à qualidade das operações locais. “As operações do terminal de petróleo correspondem a 40% das exportações de petróleo do Brasil. É o único terminal no país a realizar double banking (transbordo de óleo em área abrigada) e com capacidade para operar navios VLCC, de grande capacidade de carga, muito utilizados em exportações para a Ásia. Atualmente, o Açu é o segundo maior porto brasileiro em movimentação de cargas, com terminal para movimentação de granéis sólidos e carga de projeto. A projeção de movimentação em 2023 é de aumento em 60%”, explica Maartje.

Já na região de Duque de Caxias, as exportações de óleos brutos de petróleo originadas do município da Baixada Fluminense (US$ 15,7 bilhões) se destacaram na corrente de comércio de US$ 23,6 bilhões, com um crescimento de 18% ante 2021.

Nova Iguaçu e região, também na Baixada, mantiveram destaque em exportação de bombas, granadas e outras munições (US$ 16,5 milhões), com preço médio de US$ 79,39 por quilograma.

Na região Centro-Norte do estado, a indústria têxtil teve crescimento de 69% nas exportações de soutiens, cintas e outros produtos de moda íntima, em relação a 2021. Houve expansão de 91% das vendas internacionais de álcool etílico (US$ 801 mil), com a cachaça fluminense sendo o principal produto exportado na região.

No Leste Fluminense, a corrente de comércio teve avanço de 46% (US$ 1,2 bilhão). O principal destino das exportações foi a Malásia. Niterói destaca-se como o maior município em exportações, com crescimento de 140% das vendas internacionais em relação a 2021. Houve ainda um aumento de mais de 1.000% em exportações de correntes, cadeias e suas partes.

A corrente de comércio da Região Serrana foi de US$ 6,1 bilhões, 30% superior ao obtido em 2021, com aproximadamente 100% das exportações da regional originárias de Petrópolis, sendo os produtos mais vendidos os turborreatores e outras turbinas a gás. “O crescimento nas importações de turbinas foi de quase 40%. Houve um aumento também nas compras de partes e outras peças para turbinas, o que se deve à retomada de viagens áreas desde o abrandamento da pandemia e o reaquecimento do setor aeronáutico”, esclarece Rodrigo Santiago, presidente do Conselho Empresarial de Relações Internacionais da federação. 

E, no Sul Fluminense, o crescimento na corrente de comércio foi de 22% (US$ 5,6 bilhões, no total). Entre os destaques estão as vendas de laminados planos de ferro ou aço para os Estados Unidos e as exportações de automóveis de passageiros, tendo a Argentina como principal parceiro.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca