O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1,4 pontos percentuais em maio, após ter acomodado no mês de abril. A alta apresentada em maio pode ser motivada pela melhoria das expectativas para os próximos meses, associado à sensação de alívio da inflação no curto prazo, sentida por diferentes classes sociais; além de aumento do salário mínimo.
Em contraste, o que mantém o índice abaixo de patamares ideais é o cenário de endividamento das famílias, crédito caro e incertezas econômicas. Estas variáveis compõem um cenário cuja confiança é dificilmente sustentada no longo prazo. Por esta razão, as possíveis oscilações deste índice, ainda que em maio tenho ocorrido uma alta.
O Índice de Expectativa (IE) foi sensível à alta da confiança que foi sentida em maio. Ainda que comumente oscilante, o IE subiu 2,8 pontos em maio, para 100,4 pontos, melhor resultado desde março de 2019, quando índice alcançou 101,1.
Indicadores como este, ainda que voláteis, compõem o Índice de Confiança do Consumidor. Sua alta pode ser um bom sinal de recuperação da economia, após instabilidades recessivas sentidas em período recente, em cenário de emergência sanitária global, aumento da taxa de juros e taxa de desemprego em alta.
Porém, entre os quesitos que compõem o ICC, o indicador que mede as perspectivas sobre finanças familiares foi o que mais influenciou a melhoria do índice, mesmo em face às históricas altas taxas de endividamento das famílias brasileiras. O Índice alcançou o melhor resultado de 105,3 pontos, uma alta de 5,2 pontos, que não era sentida desde janeiro de 2019, quando o índice alcançou 108,7 pontos.
No mesmo sentido está o indicador que mede o grau de otimismo com situação econômica, que avançou 3,7 pontos, para 116,1 pontos, após dois meses relativamente estável.
Em síntese, na verdade, consumidores com renda familiar abaixo de R$ 2.100 recuperaram parte da confiança, enquanto consumidores de maior poder aquisitivo, com renda familiar acima de R$ 9.600,01; apresentaram queda na confiança.
Consumidores com renda entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00 também demonstram melhoria da avaliação sobre a situação atual da economia.
Os dados são da FGV / IBRE.