Nesta sexta-feira, 3, o O Conselho Estadual de Turismo do Rio de Janeiro divulgou carta sobre seu posicionamento com relação a paralisação das obras na Tirolesa do Pão de Açúcar.
No documento, a entidade destaca que cumprirá a decisão judicial, mas reitera que espera ampliar o debate sobre os supostos benefícios que obra poderia trazer para o Rio de Janeiro, fato ainda não comprovado totalmente.
Sem mencionar os impactos ambientais, em trecho da carta o conselho diz que “Não podemos deixar de mencionar a quantidade de empregos diretos e indiretos que estão sendo criados e o potencial de geração de receita para a economia de todo o estado.”
Contudo, o movimento Pão de Açúcar sem Tirolesa, que reúne moradores da Urca, montanhistas e ambientalistas, já manifestaram publicamente sua discordância com as intervenções.
Eles questionam como a Prefeitura e o IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, autorizaram uma obra que modifica significativamente a unidade de conservação e causa um incontestável impacto ambiental e visual.
A paisagem carioca, que fica entre os morros do Pâo de Açucar e da Urca, é tombada pelo IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e reconhecida pela Unesco como Paisagem Cultural Urbana.
Além da instalação da Tirolesa, segundo o movimento, há novos projetos protocolados no IPHAN, prevendo uma drástica ampliação da área construída no topo dos dois morros.
A psicanalista Gricel Osório Horr Meyll, integrante do Grupo Ação Ecológica, afirma que a instalação da tirolesa é uma descaracterização inaceitável de um bem público tombado.
A tirolesa vai conectar os morros do Pão de Açúcar e da Urca numa descida de 755m de extensão, a uma velocidade que pode chegar a 100 km/h.
Sandro Fernandes, CEO do Parque Bondinho Pão de Açúcar, disse que todas as licenças necessárias para a execução do projeto da Tirolesa foram obtidas em cerca de dois anos e meio e que a ampliação da área construída nos morros ainda é um estudo preliminar.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação do Rio informou, em nota, que concedeu autorização para instalação de tirolesa e plataforma nos morros, após análise do IPHAN, da Secretaria do Ambiente e Sustentabilidade e Instituto Rio Patrimônio da Humanidade.
A nota diz ainda que um segundo trecho do projeto está em análise, aguardando pareceres desses órgãos.
Já a Secretaria Municipal do Meio Ambiente esclareceu que acompanha e fiscaliza a obra da tirolesa e ue, ao tomar ciência de algumas perfurações em rochas, paralisou as intervenções neste trecho até que seja emitido um parecer pela Geo-Rio.
Confira abaixo a carta do Conselho Estadual de Turismo do Rio de Janeiro
O Conselho Estadual de Turismo do Rio de Janeiro vem a público manifestar sua preocupação com a notícia veiculada na imprensa nesta sexta-feira (2/6) sobre a paralisação das obras da Tirolesa do Pão de Açúcar.
Destacamos que decisão judicial não se questiona, se cumpre. Mas por se tratar de uma liminar, se faz necessário ampliarmos o debate em torno de um projeto que só traz benefícios para o desenvolvimento econômico e social do Rio de Janeiro e do Brasil. Não podemos deixar de mencionar a quantidade de empregos diretos e indiretos que estão sendo criados e o potencial de geração de receita para a economia de todo o estado.
O projeto Tirolesa do Pão de Açúcar passou por todos os processo legais de licenciamento e só iniciou as obras após a devida liberação dos órgãos competentes, listados a seguir: Instituto do Patrimônio Histórico Nacional e Artístico Nacional; Instituto Rio Patrimônio da Humanidade; Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima; Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Inovação Simplificação.
O Conselho Estadual de Turismo do Rio de Janeiro reitera seu total apoio ao Parque Bondinho Pão de Açúcar no projeto da tirolesa, que vai revitalizar um dos pontos turísticos mais famosos do mundo, potencializando ainda mais o Rio de Janeiro como destino turístico, fomentando toda a cadeia produtiva do setor.