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segunda-feira, novembro 25, 2024

Cia Suave estreia ‘Zona Franca’ no Teatro Nelson Rodrigues

CulturaTeatroCia Suave estreia ‘Zona Franca’ no Teatro Nelson Rodrigues

Zona Franca – Foto: Renato Mangolin

Circulando pela Europa com montagens de seu repertório, a Cia Suave retorna ao Rio de Janeiro, seu local de origem, para a estreia de “Zona Franca”, seu novo espetáculo. Com o início da curta temporada marcado para o dia 08 de junho, às 19h, no Teatro Nelson Rodrigues, o grupo de dança capitaneado por Alice Ripoll sente que caminha num Brasil que renasce das cinzas, e leva ao palco uma cena composta por questionamentos sobre as encruzilhadas. Como se dão as lutas dentro de nós, entre as forças que nos compõe? Como farejar os caminhos? O quanto um encontro artístico pode mudar o rumo de uma vida?

E o que acontece quando uma sociedade opta pela barbárie, pela guerra, e o indivíduo se surpreende impotente? Seria uma nação capaz de escolher caminhar para a destruição? Quem escolhe nossas escolhas pessoais? A montagem observa nossas diversas mortes e vidas no decorrer de uma vida, como a cobra deixando para trás a pele morta. “Tratamos de emoções fortes, esbarramos em coletivos como as religiões, os rituais, as festividades. O quanto um grupo promove ou abafa a possibilidade de se ser livre? O que pode mudar uma trajetória? Um encontro, um livro, um amor, uma religião, um governo, uma oportunidade?”, indaga Alice, que comemora em 2023 nove anos da Cia Suave.

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As inspirações não-tangíveis não preocupam a diretora do espetáculo, cujo trabalho canaliza suas ideias de forma particular. “Esse é o desafio da dança, que é uma arte abstrata. Mas meu foco não é exatamente materializar algo pré-concebido. Eu trabalho com uma ordem invertida. Começamos com improvisações bem abertas e abstratas, sem um assunto ou tema definido, mas indicações do corpo e do movimento. A partir daí meu trabalho é ‘escutar’ e pescar o que está sendo trabalhado. A própria pesquisa aponta seus caminhos, procuro não interferir tanto e deixo os corpos se expressarem”, entrega Ripoll.

A cena faz uso de elementos ritualísticos como o transe e a vertigem provocada pelos batuques. “A zona é franca, são verdades que trazemos. Criamos um espaço onde se busca a liberdade, dos intérpretes e também do público, mas também parece verdade outra sombria zona franca global que se alastra na economia mundial. O título também se refere à livre incorporação de elementos de diferentes danças e músicas, característica dos movimentos artísticos nascidos após a Internet”, adianta Alice Ripoll.

A Cia Suave segue com a pesquisa iniciada nos espetáculos anteriores “Suave” e “Cria” sobre a relação das danças urbanas e populares do Brasil com uma encenação contemporânea, questionando que vozes falam essas danças e o que se pode expressar através delas. Além do “passinho”, que está presente em boa parte do novo trabalho, a nova criação apresenta também elementos de dança contato, teatro, pesquisas vocais, danças afro, afrohouse, Sabala, TikTok, e danças do norte e nordeste do Brasil, como pisadinha e brega funk.

O espetáculo pode ser visto, segundo a diretora, como “um momento decisivo, um portal que se atravessa”. Assim como a companhia tem feito com os oceanos, cruzando o mundo e ultrapassando limites. “Temos passado por muitos países da Europa – França, Bélgica, Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália, Suíça, Holanda, Portugal, entre outros. E também Estados Unidos. E neste ano vamos pela primeira vez para o Japão”, comemora Alice que, com sua companhia, formada por bailarinos oriundos da Penha e do Complexo do Alemão, participou de alguns dos festivais e teatros mais importantes do cenário.

“Kunstenfestivaldesarts (Bruxelas); Wiener Festwochen (Viena); Festival d’Automne à Paris e Centre Pompidou (ambos em Paris); BAM (Nova Iorque). Estamos com uma caminhada internacional muito bonita, mas queremos nos apresentar em nosso país. Apesar do suporte financeiro internacional, nosso trabalho é criado no Brasil, feito por brasileiros, aborda manifestações culturais genuinamente brasileiras, e é muito mais visto por público de outros países. Mas todas as vezes que nos apresentamos no Brasil temos uma receptividade muito boa por parte do público”, finaliza Ripoll.

SERVIÇO:

“ZONA FRANCA”

Temporada: 08 a 18 de junho Dias da semana: Quinta-feira a sábado às 19h; domingo às 18h Ingressos: R$ 10 (inteira) / R$ 5 (meia-entrada) Link de vendas: https://bilheteriacultural.com/ Local: Teatro Nelson Rodrigues Endereço: Av. República do Paraguai, 230 – Centro Informações: (21) 3509-9600 Lotação: 417 lugares Classificação Indicativa: 16 anos Duração: 60 minutos FICHA TÉCNICA:

Direção: Alice Ripoll Intérpretes: Gabriel Tiobil, GB Dançarino Brabo, Hiltinho Fantástico, Katiany Correia, Maylla Eassy, Mey Barreto, Petersonsidy, Romulo Galvão, Tamires Costa, Thamires Candida, Vinicius Rodrigues. Assistentes de Direção: Alan Ferreira e Thais Peixoto Iluminação: Tomás Ribas e Diana Joels Direção de Produção: Natasha Corbelino / Corbelino Cultural Cenário e Figurinos: Raphael Elias Figurinista Assistente e Costureiro: Gabriel Alves Trilha Sonora: Alice Ripoll e Alan Ferreira Ilustração e Designer: Caick Carvalho Técnico de Som e Ensaiador: Renato Linhares Mídias Sociais: Ana Righi Fotos: Renato Mangolin Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Assessoria Produção Executiva: Milena Monteiro Assistente de Produção: Isabela Peixoto e Thais Peixoto Difusão: ART HAPPENS Coprodução: Festival de Marseille, Festival d’Automne à Paris, Charleroi Danse, RomaEuropa, Tandem, Tanzhaus NRW, Teatro Municipal do Porto, Julidans Les Mécènes, DanseAujourdhui

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