O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou que a indústria brasileira vem adotando medidas para reduzir e compensar as emissões de gases causadores do efeito estufa. A declaração foi feita durante discurso de abertura do Encontro Econômico Brasil-Emirados Árabes Unidos, realizado na CNI, nesta quinta-feira (15).
“A indústria brasileira está comprometida em reduzir e neutralizar as emissões de gases de efeito estufa para contribuir com o esforço global de evitar o aquecimento do planeta. Na COP28, pretendemos apresentar projetos bem-sucedidos na área de sustentabilidade, ações que temos feito na Amazônia para atração de investimentos sustentáveis e projetos que possam inspirar as empresas para a conservação ambiental e para descarbonização da economia”, diz.
O encontro teve a participação do diretor-geral da 28ª Conferência do Clima (COP28) da Organização das Nações Unidas (ONU), Majid Al Suwaidi, e da ministra de Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, Reem Al Hashemi, que está no Brasil liderando a delegação do seu país. Segundo o presidente da CNI, nos últimos anos o Brasil e os Emirados Árabes têm buscado o estreitamento dos laços em diversos setores.
“O comprometimento dos dois países para melhorar o ambiente de negócios com certeza deve trazer resultados positivos para as nossas relações comerciais bilaterais. Nesse sentido, o Congresso Nacional do Brasil aprovou dois acordos: um de cooperação e assistência mútua em matéria aduaneira e outro para facilitação de investimentos entre os nossos acordos. Eles visam ampliar o comércio e atender as necessidades dos investidores, oferecendo garantias legais e mecanismos de solução de controvérsia”, afirma.
A ministra de Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos destacou o papel da COP28 para uma economia de baixo carbono. “Espero que as nossas equipes e nossos setores privados possam pensar a COP 28 como um marco de partida para a COP 30. Esse tipo de ação e financiamento de clima e soluções baseadas na natureza, em uma transição energética focada no processo justo. E, além de governos, o setor privado deve nos levar a isso e dependemos de vocês, da sua inovação, do seu senso de pragmatismo e praticidade e seus negócios voltados ao propósito”, ressalta.
O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Osmar Chohfi, expressou sua expectativa pelo desenvolvimento de uma cooperação com as entidades empresariais na COP28. “Nossa expectativa é também de uma ação colaborativa entre entidades que queiram se somar a para trazer uma presença significativa do empresariado brasileiro no contexto de toda essa política de buscar um desenvolvimento sustentável e uma economia verde. Uma economia que possa fazer um bom aproveitamento dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, haja uma preocupação de sustentabilidade dessa atividade econômica”, diz.
Agenda de Sustentabilidade e COP 28 O apoio à agenda de sustentabilidade foi tema de um painel no Encontro Econômico Brasil-EAU. O gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, explica que o painel abordou as principais ações que estão sendo realizadas dentro da agenda de descarbonização industrial.
“Mostramos toda a nossa estratégia, falamos sobre transição energética, novas tecnologias como captura de carbono, hidrogênio, a expansão de energias renováveis, mercado de carbono e economia circular. Falamos sobre conservação florestal, trazendo a importância do governo na agenda de comando, controle e fiscalização, mas também abrindo oportunidade para o setor privado contribuir a partir da bioeconomia, ou seja, explorando de forma sustentável os recursos biológicos de forma a gerar cada vez mais renda riqueza e desenvolvimento para aquela região dos biomas”, aponta.
Segundo o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade, até a COP28 estão previstos estudos e atividades que devem integrar a agenda de sustentabilidade. Uma delas é a realização de uma Pré-COP, em setembro, com o intuito de divulgar posicionamentos do setor industrial para o governo, a fim de auxiliar nas negociações do Acordo de Paris.
Bomtempo ainda ressaltou que a CNI está trabalhando em um Plano de Descarbonização do Setor Industrial. “É uma estratégia que vem sendo desenhada e que vai estabelecer uma meta de neutralidade de carbono e, mais do que isso, vai também mostrar a necessidade de financiamento, ou seja, quanto que vai custar fazer uma transição para aqueles setores mais intensivos e como que a gente precisa enfrentar um desafio de capacitação profissional para aqueles que vão receber essa nova agenda verde”, explica.
A 28ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) está prevista para acontecer no final deste ano, a partir de 30 de novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
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