Divulgação Rogerio Pallatta/SBTCassio Scapin entrou na cultura pop como o Nino, do ‘Castelo Rá-Tim-Bum’. No The Noite desta quarta-feira (21), o ator, diretor, produtor e bailarino conversa com Danilo Gentili sobre sua carreira e cita o personagem que marcou gerações. “Tenho uma baita sorte desse personagem ser muito querido pelas pessoas. Sou sempre abordado com muito carinho, então não dá para ficar chateado e repudiar um trabalho que você fez e que te deu tanto carinho. São gerações e isso é assustador”, declara.
Ele recorda a rotina cansativa de gravações do ‘Castelo’ e comenta: “foram 93 episódios e a gente fez em um ano e meio mais ou menos. Eu gravava de segunda a sábado, das 10h às 20h”. Além disso, enfatiza: “o ‘Castelo Rá-Tim-Bum’ era um precursor de um novo estilo de família. Ele era criado por um tio e por uma tia-avó bruxa. Era uma família absolutamente diferenciada”. O ator conta que não ganhou dinheiro a mais pelos licenciamentos e comenta: “quando a gente foi lá assinar os contratos, perguntei ‘e se isso virar sucesso, virar produto?’. Ela falou ‘querido, você já viu alguma coisa fazer um sucesso desse tamanho aqui na TV Cultura?!’. Assinamos o contrato, não ganhando nada (a mais)”.
Ele relembra quando decidiu que era hora de viver outras experiências e diz: “fiz terapia. Teve uma hora que eu olhava e falava: ‘bom, estou ganhando dinheiro. Já comprei a casa, já comprei o apartamento, mas eu não posso ‘ficar aqui’’…. A gente fazia estádio de futebol lotado. Tinha uma coisinha, uma voz no fundo da minha cabeça que falava ‘fica calmo, isso passa’. Teve um determinado momento que eu olhei e falei ‘deu. Não quero mais fazer. Quero fazer outras coisas. Está bom para mim’”. E completa: “é uma das coisas mais sérias que enfrentei na minha vida. Porque todo mundo quer o sucesso. Ele chega, a remuneração chega e você fala ‘eu não sou só isso, está muito cedo para sentar a bunda’. Eu tinha 30 anos, tinha muita coisa para fazer”.
Ao falar da vida antes da fama, afirma que sua família paterna sempre trabalhou em bancos, caminho que ele até tentou seguir, mas não conseguiu: “eu arquivava fichas fazendo alongamento. Era ridículo. Tudo para achar que não estava lá”. Scapin também comenta o início da carreira artística, quando interpretou Pinóquio na Itália e recorda como chegou lá: “fui de navio cargueiro. Eles têm acomodações para as famílias dos oficiais e, às vezes, estas ficam disponibilizadas. Fomos eu e o diretor da companhia nesse navio de cargas, 22 dias, céu e mar”. Em cartaz com a peça “O Bem Amado Musicado”, explica: “a gente não fez adaptação para modernizar o texto. O texto escrito em 1962 é o texto que a gente fala hoje. Só tivemos que encurtar para caber nas horas de espetáculo. É absurdo, é preocupante, pois é um sinal de que nada mudou”.
O The Noite é apresentado por Danilo Gentili e vai ao ar de segunda a sexta-feira, no SBT. Hoje, a partir de 01h00.