A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro ganhou iluminação especial nas cores da bandeira LGBTQIA+, nesta terça-feira (27/06), em homenagem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, comemorado nesta quarta-feira (28/06). A iniciativa foi da primeira deputada estadual transexual do parlamento fluminense, Dani Balbi (PCdoB), e do deputado Professor Josemar (PSol), que realizaram uma sessão solene em celebração à data.
“Nosso país tem uma dívida histórica com a população LGBTQIA+, que é fruto de preconceito, discriminação, violência, e a Alerj ao fazer essa atividade hoje dá um sinal para a sociedade de que é necessário combater o preconceito na sua essência. É triste que no Século XX1 tenhamos a discriminação como um ponto a ser discutido”, comentou o presidente da Comissão de Combate às Discriminações, deputado Professor Josemar.
Recentemente, a Comissão de Trabalho da Alerj, presidida pela deputada Dani Balbi, debateu a disponibilidade de emprego e seguridade social para as pessoas trans e a criação das cotas para aumentar a quantidade de pessoas trans no meio acadêmico, e consequentemente no mercado formal de trabalho.
“Nosso mandato tem se esforçado para ocupar a Alerj, não só com sessões solenes para reconhecer a trajetória das pessoas LGBTQIA+ que ajudaram a sustentar essa luta por direito, mas através das proposições legislativas, como as cotas para pessoas trans ingressarem nas universidades estaduais, Faetec e o selo empresa amiga da diversidade, que contrata pessoas LGBTQIA+”, afirma a parlamentar.
A Secretária de Articulação Política da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Bruna Benevides, comenta que após 31 anos de existência a Antra vive um momento histórico de construção de políticas de incentivo à entrada de pessoas trans para ocupar espaços de poder é representativo.
“Temos uma deputada trans negra, que é beneficiária dessa luta que começa com a Antra em 1992. Estamos vendo a revolução trans acontecendo na prática com inúmeras contribuições para sociedade como um todo”, comentou.
Foram homenageados com o Diploma de Congratulações: Akyza Queen, drag queen performática e cover com 20 anos de carreira; Andressa Brasil, artista com mais de 20 anos de carreira e Miss Transex da Turma OK em 2022; Carlos Sartori, artista da Turma OK, Mister OK 2018; Eleonora Dior, atriz e dubladora; Alexandre Zeus, artista e dublador; Monique Rayson, artista; Lorna Washington, ícone do transformismo carioca e mundial; e Silvinho Fernandes, professor de Artes e figurinista.
Homenageados com Moção de Congratulações: Janilce Aparecida Conceição, vereadora do município de São Gonçalo; Sergio Porto, representante da Turma OK e advogado, empresário e ativista pelas causas LGBTQIAP+; Julia Dutra, professora de artes e ativista; Elaine Parles, Professora da UERJ e ex presidente da Turma OK; Andrea Gasparelli, cover da Gal Costa com mais de 50 anos de carreira; Cacau Niemeyer, artista atuante na Turma OK; Jacó Esdras, artista, dublador e promotor de eventos do maior concurso de dublagem gay do Brasil; Leonardo Peçanha, Secretário Executivo na Associação Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura (ABETH); Amiel Vieira, co-fundador da Associação Brasileira Intersexo (ABRAI); Halisson dos Santos Paes, instutor de defesa pessoal e fundador do “Piranhas Team”, grupo que dá aulas de luta e defesa pessoal para pessoas LGBTQIA+; Casa Dulce Seixas, casa de Acolhimento LGBTQIA+, representado por Davlyn Lotus; Prepara Nem Niterói, curso pré-vestibular preparatório para pessoas LGBTQIA+, representado por Bruna Benevides.
A Turma OK é a mais antiga organização sem fins lucrativos de sociabilização LGBTQIA+ em atividade no mundo. Suas atividades tiveram início dentro dos apartamentos de seus frequentadores, no Rio de Janeiro, com o objetivo de fazer cultura através do preformismo.
“Hoje é um dia de comemoração. Não podemos deixar de celebrar que existe uma agenda política que vem sendo construída por nossos ancestrais há muito tempo. Muitas dessas agendas ainda não avançaram, mas existem pontos que precisam ser olhados com mais cuidado para que não possam se disseminar. Precisamos criar oportunidades, cotas que garantam espaços acadêmicos e de trabalho, permanências para ocuparmos espaços”, afirmou o homenageado Leonardo Peçanha.
Também homenageada, a professora e ativista Júlia Dutra afirma que é através da educação que podemos semear a construção de um novo pensamento. “Como educadora eu prezo por uma sociedade mais justa e igualitária, onde possamos ter mais oportunidades e inclusão. Vivemos num mundo cada vez mais excludente, preconceituoso com a população LGBTQIA+. O parlamento e a educação são fundamentais nessa luta, criando políticas públicas de inclusão”