O projeto Saúde em Nossas Mãos: Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil foi responsável por evitar 11.243 Infecções Relacionadas Assistência à Saúde (IRAS), salvar mais de 4 mil vidas e gerar uma economia de R$ 584 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS), em cinco anos de execução. Os números são referentes à atuação em mais de 300 Unidades de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública, localizadas em todas as regiões do Brasil, e refletem o impacto da capacitação dos profissionais para estimular a implementação de práticas seguras com foco na segurança do paciente e dos profissionais da saúde que atuam no cuidado intensivo. A iniciativa é do Ministério da Saúde, realizada no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) pelos hospitais Alemão Oswaldo Cruz, BP – a Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hcor, Einstein, Moinhos de Vento e Sírio-Libanês.
Só nos últimos 18 meses, foram evitadas 3.764 Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), 1.434 vidas foram salvas e foi gerada uma economia de R$ 230 milhões ao SUS a partir dos esforços das equipe das 189 UTIs adulto, pediátrica e neonatal da rede pública.
“Garantir ampliação do acesso à toda população aos serviços de média e alta complexidade é prioridade da atual gestão. O cidadão brasileiro merece a melhor assistência, tanto na atenção primária, especializada, ambulatorial e hospitalar”, afirmou Nilton Pereira Jr., diretor do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência, do Ministério da Saúde.
Fernando Torelly, representante da governança do PROADI-SUS e CEO do Hcor, ressalta que reduzir óbitos através de infecção e reduzir infecção através de trabalho coordenado e qualificado são os principais desfechos de iniciativas na área da saúde. “Estamos criando uma geração de profissionais de saúde cada vez mais comprometidos com a redução de infecção hospitalar. Nosso sonho é que este projeto possa ser levado a todos os hospitais públicos brasileiros, porque o potencial é fantástico tanto de economia dos recursos do SUS (lembrando que uma infecção gera a necessidade de continuidade do tratamento e isso onera o orçamento do SUS) e que a gente consiga reduzir óbitos que podem ser evitados com controles, capacitação e treinamento”, ressalta.
Alinhado ao Plano Nacional de Saúde (PNS) e ao Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), a iniciativa busca reduzir, em médio prazo, a incidência das principais infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), além de disseminar a metodologia de melhoria da qualidade denominada “Modelo de Melhoria” para os Serviços de Saúde e, demonstrar o impacto financeiro com a prevenção das infecções. A longo prazo, a expectativa é contribuir com a mudança da cultura das organizações de saúde com relação à segurança do paciente. O foco do projeto está na redução das três principais infecções: Infecção Primária da Corrente Sanguínea Associada a Cateter Venoso Central (IPCSL); Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV); e Infecção do Trato Urinário Associada a Cateter Vesical (ITU-AC).
Nos países em desenvolvimento, 10 em cada 100 pacientes hospitalizados ficam expostos a infecções associadas a cuidados de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, acredita-se que cerca de 70% dos danos notificados nos hospitais do país sejam evitáveis, e foi com base neste contexto que, em 2013, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), cujas equipes técnicas atuam em parceria com os hospitais PROADI-SUS nesta iniciativa, com o apoio da Coordenação Geral de Atenção Hospitalar e de Urgência do Departamento de Atenção Hospitalar da Secretaria de Atenção à Saúde (CGHOSP/DAHU/SAS/MS)