Por meio de uma coletiva realizada hoje pelo Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, foram divulgados os dados referentes ao mês de junho do sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam uma queda de 41% nos alertas de desmatamento na Amazônia, em comparação ao mesmo período no ano passado. Este é o terceiro mês consecutivo, em 2023, que os dados mostram uma queda no desmatamento no Bioma. Ao todo, foram registrados 663 km² de alertas de desmatamento. Dentro do acumulado do primeiro semestre de 2023 também houve queda, com 33,6% de diminuição de alertas frente ao mesmo período no ano passado. Os estados com mais alertas de desmatamento no primeiro semestre deste ano são: Mato Grosso com 905 km² (34% do total), Pará com 746 km² (28%) e Amazonas com 553 km² (21%).
Para Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil, essa diminuição pode ser considerada uma boa notícia: “Esse dado de queda vem acompanhado de duas outras quedas registradas nos meses de abril e maio deste ano, e também depois de um início de ano que assustou a todos, com o pior primeiro trimestre da série histórica, vindo a rebote do governo anterior que tinha uma política antiambiental”.
O porta-voz do Greenpeace Brasil também cita a postura do novo governo com a agenda ambiental sendo uma das possibilidades na queda dos alertas de desmatamento, mas salienta que ainda há muito desafio pela frente: “A mudança de discurso na área ambiental do governo federal, a ampliação das ações de comando e controle com aumento de multas e embargos seja na floresta ou de forma remota, colaboraram para esta queda. Mas o maior desafio vem agora no segundo semestre, com o verão amazônico, que é quando historicamente temos os meses com as maiores áreas de desmatamento, quanto o número de queimadas”.
Para manter o ritmo de queda de alertas de desmatamento é preciso muito mais que discursos, mas uma ação integrada, principalmente reconhecendo os impactos das mudanças climáticas: “Será necessário ainda mais trabalho de fiscalização e controle e também acelerar a implementação de programas e ações de geração de renda compatível com a floresta em pé, levando melhorias ambientais e sociais para a região, colaborando assim para mitigar a crise climática que estamos vivendo em todo mundo.”, finaliza Rômulo.