A Confederação Nacional da Indústria — CNI— projeta que, neste ano, a economia brasileira vai crescer 2,1% em relação ao ano passado.
Apesar do resultado positivo, há uma desaceleração do crescimento em relação a 2022, com um quadro mais desafiador para a indústria e para as atividades do varejo que são sensíveis ao crédito.
Segundo a confederação, uma política industrial, reforma tributária e juros baixos são importantes para um desenvolvimento mais sustentado do país.
A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é alavancada principalmente pela expectativa de aumento de 13,2% do setor do agronegócio. Já a indústria e os serviços desaceleram.
Os destaques das projeções ficaram com o PIB da Indústria da Construção, com previsão de crescimento de 1,5%. Esta projeção é menor que os 10% observados em 2021 e 6,9% em 2022.
Espera-se que a inflação acumulada medida pelo IPCA caia a 4,9% até o final do ano. A inflação acumulada registrada no ano anterior foi de 5,80%. Portanto, espera-se uma deflação para 2023.
Assim como a inflação, espera-se queda na taxa nominal de juros, a 11,75%. Atualmente, os juros se encontram a 13,75% ao ano.
Para as contas públicas, o resultado primário é negativo em 1,1% em relação ao PIB. Ou seja, é possível que haja aumento do déficit público em relação ao ano anterior. O resultado primário representa receitas menos despesas — sem considerar os gastos com os juros a se pagar pelo governo.
O resultado nominal, que considera os gastos com os juros, está previsto para retrair 7,7% em 2023. A dívida bruta do setor público sobe a 74,3% em 2023. Em 2022, havia queda de 6 pontos percentuais em relação ao ano anterior e menos 14 pontos percentuais em relação a 2020.
Contrariando algumas projeções mais otimistas, para a CNI o câmbio deve ser de R$4,90 até o final do ano. No setor externo, a queda do dólar influencia menores gastos com importação e menor receita com as exportações. O resultado do saldo comercial deve ser positivo em 2023 — e maior do que em relação a 2022.