Divulgação Globo/Camilla MaiaA partir da tarde desta quarta-feira, dia 19, os assinantes do Globoplay poderão acompanhar as aventuras e descobertas dos jovens e adolescentes de ‘Vicky e a Musa’, com a estreia da primeira parte da temporada. Na série original da plataforma, o bairro operário de Canto Belo está sem cor, sem alegria e sem encanto. Perdeu o único teatro que tinha. O cinema acabou virando uma igreja e, depois, um estacionamento. Aos poucos, a arte foi desaparecendo do lugar sem ninguém se dar conta, o que foi acentuado com a pandemia de Covid-19. Coincidência ou não, os habitantes estão desanimados. Mas, graças aos deuses da arte e à jovem estudante Vicky (Cecília Chancez), a situação está prestes a mudar.
Criada e escrita por Rosane Svartman, com direção artística de Marcus Figueiredo, a série mostra a importância da arte na vida das pessoas. “Todo mundo tem um filme que marcou a sua vida, uma música que lembra alguém especial, um livro que nunca esqueceu. Esta é uma série não só sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis a ela e à cultura como um todo, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda melhor o outro. A arte nos faz humanos”, conceitua Rosane.
No primeiro musical criado e produzido pelos Estúdios Globo, se destacam os dilemas da adolescência – uma época em que “tudo parece o fim do mundo e, na verdade, é apenas o começo”, nas palavras da autora, e o amadurecimento dos jovens adultos, já que a trama passeia também por suas escolhas profissionais que se sobrepõem aos sonhos, pela entrada no mercado de trabalho, pelos relacionamentos que se transformam ao longo do tempo, entre outras questões.
O fio condutor dessa história sobre o poder transformador da arte é Vicky (Cecília Chancez), uma jovem estudante cheia de sonhos, que sempre foi apaixonada por música e dança e tenta entender seu lugar no mundo com a chegada da adolescência. Ela e Luara (Tabatha Almeida) sempre foram grandes parceiras, mas a relação das duas está abalada desde que Luara resolveu deixar a amiga de lado, sem qualquer motivo aparente, e passou a ignorá-la após a morte da mãe durante a pandemia de Covid-19.
Cansada dessa vida solitária e reagindo às provocações de Luara, Vicky desabafa na praça do bairro e, enquanto suas palavras carregadas de sentimento são ditas no timbre mais forte de sua voz, uma brisa intensa levanta a poeira no local e chama a atenção de todos. O significado disso nem ela mesma sabe, mas seu pedido de socorro está prestes a ser atendido por Euterpe (Bel Lima), a musa da música segundo a mitologia Grega e uma das figuras que mais chama sua atenção nas aulas lecionadas por Isa (Malu Rodrigues), irmã de Luara.
Com inúmeros artistas que se tornaram ícones da música graças aos seus encantos, a filha de Zeus chega à Terra trazendo apenas um propósito: inspirar Vicky para, através dela, arrebatar outras pessoas e, consequentemente, todo o bairro de Canto Belo. Junto de sua chegada, uma aura de magia toma conta do local, sinalizando que algo muito poderoso está prestes a acontecer: conforme Euterpe caminha pelas ruas, ela inspira as pessoas com sua purpurina mágica, que cantam com ela a música “O Sol”, de Vitor Kley, no primeiro de muitos clipes que embalam a trama.
Assim, a deusa, que chega um pouco perdida porque não pisa no planeta Terra há muito tempo, se encanta pela vizinhança. Sem que ninguém saiba que ela é uma divindade, Euterpe tem papel fundamental na transformação de Canto Belo, já que enxerga nos indivíduos algo que eles mesmos não veem. Apesar da disposição e de estar munida de sua purpurina mágica do entusiasmo, a musa da música logo percebe que a tarefa não vai ser nada fácil.
Para sua surpresa, e ao mesmo tempo, decepção, seu irmão Dionísio (Túlio Starling), deus do teatro, também volta à Terra. Com um jeito excêntrico e ao mesmo tempo atrapalhado, ele tem certa dificuldade de interagir com os humanos. Eles não compreendem suas piadas milenares e seu humor incomum. Dionísio vai provocar muita confusão e, algumas vezes resolver empecilhos, com seu dom de se transformar em outras pessoas.
É no teatro abandonado da região que os irmãos decidem se refugiar. E é, então, nesse lugar ‘sagrado’ que cada jovem envolvido no processo transformador de Canto Belo vai se reconectar com a sua essência ao longo dos episódios. Um efeito cascata terá início com a chegada dos deuses, por meio da arte, e vai propor aos personagens uma jornada de reencontro consigo mesmos e de reconexão em suas relações sociais.
A série Original Globoplay ‘Vicky e a Musa’ é o primeiro musical desenvolvido pelos Estúdios Globo, criado e escrito por Rosane Svartman, com direção artística de Marcus Figueiredo e direção de gênero de José Luiz Villamarim. O elenco da série, cuja segunda temporada tem previsão de estreia em dezembro, tem nomes conhecidos do público nas redes sociais, teatro, cinema e da TV. Além de Cecilia Chancez, Tabatha Almeida, Bel Lima e Túlio Starling, o musical conta ainda com Nicolas Prattes, João Guilherme, Cris Vianna, Dan Ferreira, Jean Paulo Campos, Malu Rodrigues, Hilton Cobra, Pedro Guilherme Rodrigues, Leticia Isnard, Manu Estevão, entre outros. Os episódios finais da primeira temporada chegam ao Globoplay no dia 26 de julho.
Entrevista com a autora Rosane Svartman
Como descreve a série ‘Vicky e a Musa’ e os elementos que funcionam como fio condutor da história?
‘Vicky e a Musa’ é uma série que valoriza a arte e a cultura, e mostra como isso pode transformar pessoas e como pessoas transformam territórios. Não é uma história apenas sobre quem faz arte, mas sobre como nós somos permeáveis à arte e cultura, e como isso faz com que a gente se entenda nesse mundo e entenda o outro. Arte é também empatia. Em ‘Vicky e a Musa’, o território também é protagonista, além das pessoas que vivem ali. Ao longo da trama, Canto Belo se transforma, assim como suas personagens. Mas Vicky (Cecilia Chancez) tem extrema importância nesse processo, ela é o fio condutor. É a personagem que sente falta de alguma coisa naquele lugar que nem sabe direito o que é e, sem querer, chama a musa da música. E é a partir da chegada de Euterpe (Bel Lima) que as pessoas e o território são transformados através da arte.
De que forma o gênero musical influencia na escrita da obra?
Influencia muito, porque as músicas precisam ajudar a contar a história e a retratar aquele momento de cada personagem. Acredito que o cancioneiro brasileiro é muito rico e viaja o mundo. Temos artistas incríveis, uma diversidade muito bacana e nós da equipe de roteiro e pesquisa tentamos trazer isso para a série, com músicas de várias épocas e gêneros, mas que precisavam caber na narrativa.
O Teatro Parnasus é um dos principais cenários da série. Qual é a importância desse lugar para a trama?
O teatro começa abandonado até que os jovens o ocupam com a inspiração dos deuses da arte, e, à medida que vão se transformando e transformando o teatro, eles entendem que a arte vai além daquelas paredes e cadeiras.
O que o público pode esperar de ‘Vicky e a Musa?
Espero que o público se inspire. Acho que ‘Vicky e a Musa’ faz a gente pensar sobre o nosso cotidiano, sobre a nossa realidade e como a arte está presente em nossas vidas. Espero que seja uma série lembrada também por alegrar a vida das pessoas.
Entrevista com o diretor artístico Marcus Figueiredo
Como você define ‘Vicky e a Musa’ e sua mensagem principal?
‘Vicky e a Musa’ é uma série musical na qual, diferente do teatro musical, a música e a dança funcionam como ferramentas narrativas, sem quebra da quarta parede, e os clipes protagonizados pelos personagens evidenciam momentos específicos de cada um na trama. A história se passa em um bairro de subúrbio fictício como tantos outros no Brasil, onde há pouco – ou nenhum – acesso à cultura ou à arte. Mas, ao longo dos episódios, depois da chegada da musa da música, Euterpe (Bel Lima), e seu meio irmão Dionísio (Túlio Starling), deus do teatro, a arte vai se fazendo presente na vida das pessoas e, consequentemente, transformando o bairro e os moradores que vivem ali. Ou seja, em ‘Vicky e a Musa’ mostramos o poder transformador da arte e da cultura como um todo e como somos afetados, diretamente ou não, por elas.
Quais são as principais características da direção de uma produção do gênero musical?
Em ‘Vicky e a Musa’, a música auxilia a narrativa e, ao mesmo tempo, precisa ser capaz de provocar uma imersão do público em relação à história. Então, é importante que os clipes e as canções transformem as sensações criadas em cena e auxiliem o público a acompanhar essa história.
Fale sobre o processo e a complexidade de gravação dos clipes e musicais de ‘Vicky e a Musa’.
As músicas estão divididas em clipes e musicais com coreografia, além de performances e, em vários deles, muitas pessoas envolvidas, o que torna as cenas mais desafiadoras. Além das marcações de câmera e elenco que acontecem em qualquer produção audiovisual, há ainda a música que precisa ser gravada previamente em estúdio, a coreografia que precisa ser previamente ensaiada com atores e bailarinos e todo o pensamento de direção de arte para dar suporte à plasticidade da cena.
O mesmo acontece em cenas que a música se faz presente, mas sem toda a movimentação de um clipe?
Estas cenas demandam uma atenção também especial, pois as performances de canto precisam estar adequadas à interpretação necessária para o momento daquele determinado personagem. Nestes casos, a atuação é muito semelhante de quando o ator fala um texto comum de roteiro, porém, cantando.
Alguma cena, em especial, merece destaque, seja pela complexidade ou por estética?
Além da complexidade dos clipes, por envolverem muitas pessoas e coreografias, temos ainda as cenas mais lúdicas e carregadas de magia, que normalmente estão atreladas aos personagens Euterpe (Bel Lima) e Dionísio (Túlio Starling). Muitas vezes, em uma mesma sequência, temos objetos se mexendo, purpurina sendo lançada, trovões, cenário evoluindo ou sendo destruído. Isso requer bastante afinidade e atenção de toda a equipe. Então, são cenas mais complexas e também precisam ser muito bem calculadas por conta das intervenções de pós-produção, como efeitos especiais ou de videografismo.