Com 126 anos de criação, completados na última quinta-feira (20), a Academia Brasileira de Letras (ABL) promoveu uma grande cerimônia para celebrar a data com mais de 200 pessoas, incluindo Acadêmicos, autoridades e convidados. A solenidade ocorreu no Salão Nobre do Petit Trianon, sede da ABL, no Rio de Janeiro, na noite desta sexta-feira (21).
O presidente da ABL, Merval Pereira, ressaltou a importância da Academia durante esses 126 anos de existência. “Completar 126 anos num país que esquece rapidamente o passado, como o Brasil, é muito importante. Sinal de que a ABL tem fincada sua história na vida e na cultura do país”, disse Merval.
Antonio Carlos Secchin, secretário-geral da Academia, lembrou o papel da ABL para a cultura e a literatura brasileira. “Em 126 anos, a Academia Brasileira de Letras nunca foi vinculada a ideologias políticas. É um espaço aberto, simultaneamente, à preservação e à mudança”, enfatizou Secchin.
Antes do início da premiação, os participantes puderam conhecer a exposição “126 anos da Academia Brasileira de Letras”. Trata-se de uma rara e emocionante reunião de obras literárias icônicas de Luís de Camões, que foram resgatadas cuidadosamente dos acervos mais antigos da ABL. Em parceria com seu Arquivo, a Academia trouxe à luz manuscritos que há muito estavam escondidos nas prateleiras do tempo.
A Santafé Ideias Comunicação e Estratégia e a Agência in.Pacto, que fazem a comunicação digital da ABL, foram as responsáveis pela produção do vídeo para celebrar a data. Além disso, a Acadêmica Lygia Fagundes Telles, falecida em 2022, foi homenageada pelos Correios com um selo comemorativo, lançado durante a cerimônia.
A noite também foi de premiações. A escritora Marina Colasanti, vencedora do Prêmio Machado de Assis 2023 pelo conjunto de sua obra literária, foi uma das agraciadas. Patrocinado pela Light, no valor de R$ 100 mil, o prêmio literário é o mais antigo e mais importante do país. Marina fez um discurso profundo sobre a sua vida, a sua vinda para o Brasil e o seu amor pela literatura, pela cultura e pelos livros que falam de amor. “Lembro de quando escrevi ‘E por falar em amor’. Eu queria detonar a mesmice com que se fala de amor. Quando consegui, disparei para o escritório de Afonso: consegui, consegui! Consegui pôr uma linguagem coloquial, citando poema e com títulos como estes: ‘Onde anda o amor nas relações sem amor’ ou ‘Cupido não trabalha nos Correios’ e ‘É um sentimento que não vende em produto’. E todos continuam valendo, apesar de ter sido em 1987. Todos os meus livros continuam valendo, como sabem os acadêmicos que me atribuíram o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto da obra”, comentou Marina.
A Acadêmica Rosiska Darcy ressaltou que a coragem é um tema na vida e na obra de Marina Colasanti. “Marina é uma pessoa luminosa, dotada de fulgurantes talentos, de instrumentos e olhares múltiplos, a quem a Academia Brasileira de Letras atribuiu o seu maior reconhecimento: o Prêmio Machado de Assis. E foi, para mim, uma imensa alegria poder entregá-lo”, disse Rosiska.
O publicitário Nizan Guanaes recebeu das mãos da atriz e Acadêmica Fernanda Montenegro a Medalha Machado de Assis, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à Academia. Ele destacou a importância da honraria para a sua trajetória. “Esse prêmio é muito maior do que normalmente estou acostumado. Ele é uma surpresa. Ele é fora do meu universo. É um momento muito emocionante e estou muito feliz”, disse Guanaes.
O Prêmio Francisco Alves, concedido quinquenalmente a trabalhos sobre o ensino fundamental no Brasil, foi entregue à secretária de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Roberta Barreto. “É uma emoção muito grande. É o reconhecimento por uma trajetória na educação, onde a gente constrói, desde o chão da sala de aula, o desejo para que todos os alunos tenham o prazer e o gosto pela literatura, que possam navegar e conhecer todo o mundo por meio da literatura. Isso é, para mim, hoje, o reconhecimento da professora que deu aula no pré-escolar, que alfabetizou por muitos anos e fez com que muitos jovens conhecessem a história do Brasil e do mundo, ao integrar cultura, literatura e saber, o melhor para que a gente possa ser cidadão do país”, declarou a secretária.
Maria Carmen de Oliveira, funcionária da ABL há 57 anos, foi a escolhida para receber a Medalha João Ribeiro pelos serviços prestados à cultura, em nome de todos os funcionários da Academia. A cerimônia de aniversário da ABL foi encerrada com a apresentação dos harpistas belgas Heleen Vandeputte e Jacques Vandevelde, que fizeram uma belíssima apresentação.
Rodrigo Saccone, CEO da Santafé, comemorou a parceria com a ABL. “Fazer parte da história desta instituição tão importante para a cultura brasileira é motivo de muita satisfação para nós. Estamos trabalhando para reforçar o papel da ABL, chegando a um público cada vez maior”, enfatizou Saccone.
Klécio Santos, CEO da Agência in.Pacto, destacou a importância da ABL para a cultura e a literatura brasileiras. “São 126 anos de contribuição para a construção e a preservação da identidade cultural brasileira. Temos orgulho em contribuir, reverberando os efeitos deste trabalho por meio das plataformas digitais”, destacou Klécio Santos.
A história da Academia Brasileira de Letras começou no dia 15 de dezembro de 1896, quando foi realizada, na redação da Revista Brasileira, a primeira sessão preparatória para a fundação da ABL. A reunião foi resultado dos jantares organizados pela Revista, fundamentais para a criação da Academia. No dia 20 de julho de 1897, a ABL foi oficialmente fundada. A instituição se estabeleceu e se mantém até hoje como a principal referência cultural no Brasil.
Redes Sociais
Pelas redes sociais da Academia, incluindo o canal no YouTube, foram transmitidas as informações em tempo real. Na ocasião, foi anunciado que a ABL também está no TikTok. A parceria com a plataforma visa levar o conteúdo gerado pela ABL a um público cada vez mais amplo. O objetivo é divulgar as novidades da Academia, bem como seu papel na preservação da língua portuguesa e da literatura brasileira.
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