A Vale obteve EBITDA ajustado proforma das operações continuadas de US$ 4,1 bilhões no segundo trimestre, US$ 1,4 bilhão inferior ao resultado registrado um ano antes, principalmente pelos menores preços realizados de finos de minério de ferro e níquel.
Os investimentos da Vale alcançaram US$ 1,2 bilhão no trimestre, o que inclui os aportes de crescimento e manutenção, mantidos em linha na comparação anual. A dívida bruta e arrendamentos atingiram US$ 13,9 bilhões no segundo trimestre de 2023, US$ 1,0 bilhão superior t/t, como resultado da emissão de US$ 1,5 bilhão de bonds e da oferta de aquisição de US$ 500 milhões no trimestre, como parte da gestão de passivos da Vale. Já a dívida líquida expandida foi de US$ 14,7 bilhões no trimestre, US$ 0,3 bilhão maior t/t, impulsionada, principalmente, pelo US$ 1,4 bilhão do programa de recompra de ações no trimestre e de US$ 0,8 bilhão no Fluxo de Caixa Livre das Operações. A meta de alavancagem da Vale é de US$ 10-20 bilhões.
O desembolso da Vale faz parte do 3º programa de recompra no trimestre e totalizou US$ 1,4 bilhão. No final do trimestre, o 3º programa de recompra estava 64% concluído. O Conselho de Administração aprovou a distribuição de US$ 1,7 bilhão em juros sobre capital próprio, a serem pagos em setembro. “Continuamos realizando progressos substanciais na excelência operacional em todos os nossos negócios. Em Soluções de Minério de Ferro, estabelecemos um novo recorde de produção para um segundo semestre em S11D, juntamente com os sólidos desempenhos de Itabira e Vargem Grande. A licença da barragem Torto é um marco significativo, melhorando a qualidade geral do nosso portfólio. Nosso negócio de Metais para Transição Energética também apresentou um bom desempenho, com o ramp-up bem-sucedido de Salobo III e com a melhora do desempenho em Sossego. Hoje, o anúncio da formação de uma parceria estratégica com a Manara Minerals e Engine No.1 é outro importante marco na jornada de Metais para Transição Energética para acelerar o crescimento com alta agregação de valor e destravar o valor potencial de longo prazo para todos os nossos stakeholders. Além disso, cumprimos nosso compromisso e implementamos o GISTM para nossas estruturas de rejeitos priorizadas. Este é um marco importante da evolução de nossa gestão de barragens e da segurança das nossas operações e das comunidades no entorno. Continuaremos avançando com a incorporação das melhores práticas internacionais para que a Vale se torne uma empresa cada vez mais segura e sustentável”, disse Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale.
Na área de minério de ferro, a Vale obteve Licença de Operação para a barragem Torto, em Brucutu, e o comissionamento segue em andamento. A mineradora assinou em maio memorandos de entendimentos e acordos de arrendamentos de terra com parceiros nos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Omã, além de um memorando com a GravitHy, produtora francesa de ferro-esponja (DRI), para avaliar, em conjunto, a construção de uma planta de briquetes co-localizada no projeto da planta de DRI da GravitHy em Fos-sur-Mer, França. A Vale também está construindo um veículo de metais para transição energética.
A reorganização das operações de Metais para Transição Energética foi concluída com sucesso em 1º de julho e o avanço de Salobo III segue bem, com sólidas taxas de produção alcançadas no segundo trimestre. A Vale, BHP, Samarco e alguns credores entraram em um acordo vinculante para a reestruturação da dívida da Samarco. A mineradora implantou os padrões do Global Industry Standard on Tailings Management (GISTM) para todas as estruturas de rejeitos priorizadas, dentro dos prazos estabelecidos para a indústria. Os trabalhos de descaracterização da barragem de Campo Grande, na mina de Alegria, foram iniciados, bem como os das barragens Grupo e Área IX, na mina de Fábrica. O complexo de energia solar Sol do Cerrado, um dos maiores parques solares na América Latina, atingiu sua capacidade máxima de 766 Megawatts.
Atualização de estimativas A Vale atualizou as estimativas sobre os custos do minério de ferro e níquel para 2023. O custo caixa C1 do minério de ferro deve ficar entre US$ 21,5 e US$ 22,5 por tonelada (inclui a mudança na expectativa da taxa de câmbio média para US$ 4,94 conta os US$ 5,20 anteriormente), o custo all-in do minério de ferro em torno de US$ 52 a US$ 54 por tonelada (engloba o impacto potencial de fatores externos, como a redução dos prêmios pagos por produtos de alta qualidade, levando os prêmios all-in da Vale para cerca de US$ 4/t vs. cerca de US$ 8/t anteriormente), e mudanças na taxa de câmbio média USD/BRL, enquanto o custo all-in do níquel entre US$ 15.500 e US$ 16 mil por tonelada, inclui impactos como preços mais baixos do que o esperado para os subprodutos, nomeadamente cobalto e PGMs, que caíram de 30% a 40% desde que a Vale forneceu o guidance para o mercado; volumes de subprodutos mais baixos do que o esperado, principalmente resultantes do impacto mais alto do que o previsto da mudança no método de mineração na mina Coleman e preços de níquel e cobre mais altos do que o esperado, impactando os custos de compra de feed de terceiros.
A Vale esclarece que as informações representam uma mera estimativa, e que de forma alguma constituem promessa de desempenho por parte da mineradora e/ou de seus administradores. As projeções apresentadas envolvem fatores de mercado alheios ao controle da Vale e que passíveis de novas alterações. Adicionalmente, a Vale informa que reapresentará oportunamente o item 3 de seu Formulário de Referência, no prazo previsto na Resolução CVM nº 80/2022.
Pagamento de JCP a acionistas O Conselho de Administração da Vale aprovou a distribuição de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor bruto de R$ 8.276.500.800,00, o que corresponde a um total de R$ 1,917008992 por ação. A data de corte para pagamento dos JCP aos detentores de ações de emissão da Vale negociadas na B3 será dia 11 de agosto, enquanto a record date para os detentores de American Depositary Receipts (ADRs) negociados na New York Stock Exchange (NYSE) será dia 15 de agosto. As ações da Vale serão negociadas ex-JCP na B3 e na NYSE a partir de 14 de agosto de 2023.
O pagamento dos JCP ocorrerá em 1º de setembro e os titulares de ADRs receberão o pagamento por meio do Citibank N.A., agente depositário dos ADRs, a partir de9 de setembro. O valor de JCP a ser pago por ação pode sofrer pequena variação até a data de corte em decorrência do programa de recompra de ações, que impacta o número de ações em tesouraria. Caso ocorra isso, a Vale fará um Aviso aos Acionistas informando o valor final por ação.