BRASÍLIA, 29 DE JULHO DE 2023 – Oppenheimer (2023, 180 minutos), com Cillian Murphy, Matt Damon (na sua plenitude) e Robert Downey Jr., é o melhor de Christopher Nolan. Cinebiografia científica, o filme mergulha no mundo psicológico dos gênios da mecânica quântica e, de quebra, em como as decisões com consequências globais são tomadas. Tudo em linguagem cinematográfica de quem domina completamente como olhar por trás das câmeras. A montagem de Jennifer Lame é um poema expressionista.
O filme mostra, ainda, que há um tipo de energia que direciona o homem: sexo. Oppenheimer teve embates na cama com mulheres instigantes, tanto física quanto intelectualmente. Nesses embates, a aura de um se mistura com a do outro, transmitindo o lixo que carregam, suas frustrações. Fumante compulsivo, Oppenheimer morreu de câncer na garganta, aos 62 anos de idade. Na Medicina Tradicional Chinesa, o coração tem a ver com o corpo astral, o das emoções, e se manifesta na garganta.
Christopher Nolan utiliza imagens expressionistas e sons do Armagedom para configurar a mente de Oppenheimer, um gênio que inventou uma arma terrível, capaz de pôr fim a uma guerra mundial, mas, também, de exterminar a Humanidade.
Vamos ao homem. Julius Robert Oppenheimer (Nova Iorque, 22 de abril de 1904 – Princeton, 18 de fevereiro de 1967), judeu, físico teórico americano, doutor aos 23 anos de idade, com formação em química e física, foi pioneiro em mecânica quântica, física nuclear, estrelas de nêutrons e buracos negros.
Advertido por Albert Einstein, em 1939, de que o regime nazista estaria trabalhando na criação da bomba atômica, pois Einstein sabia quem havia físicos na Alemanha que já estavam tentando dar uso prático à fissão do átomo, Oppenheimer começou a pesquisar sobre o processo de obtenção de urânio-235, a partir do urânio natural, para determinar a massa crítica de urânio.
Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942, Oppenheimer assumiu o Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México, o Projeto Manhattan, para a criação da bomba atômica, construída entre 1943 a 16 de julho de 1945. Em agosto de 1945, duas bombas nucleares foram despejadas em Hiroshima e Nagasaki, pondo fim à resistência japonesa na Segunda Guerra Mundial. Nessas alturas, Hitler já estava no outro lado da vida. O Projeto Manhattan já contava, então, com mais de 6 mil pessoas. Tudo custou 2,4 bilhões de dólares.
Finda a guerra, Oppenheimer se tornou presidente do Comitê Consultivo Geral da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos (CEA) e começou a fazer lobby pelo controle internacional da energia nuclear, para evitar a proliferação de bombas atômicas, opondo-se ao desenvolvimento da bomba de hidrogênio.
A primeira bomba atômica, a Little Boy, que explodiu sobre Hiroshima, tinha a potência de 20 mil toneladas de TNT. Uma bomba de hidrogênio de 1,1 quilograma produz uma explosão equivalente a 1,2 milhão de toneladas de TNT, com capacidade, portanto, de devastar uma cidade inteira, por meio da explosão, incêndios e radiação. A fusão nuclear ocorre nas estrelas, como o nosso Sol, atingindo dez milhões de graus Celsius.
O astronauta Edgar Mitchell, da missão Apollo 14 e o sexto homem a caminhar na Lua, acredita que aliens visitaram a Terra com o objetivo de impedir o uso de armas nucleares durante a Guerra Fria, o que, segundo ele, explica os avistamento de ovnis próximo a bases militares, na época.
– Falei com muitos oficiais da Força Aérea que trabalharam nessas estações durante a Guerra Fria. Eles me contaram que os ovnis eram vistos com frequência e que eram capazes de desligar seus mísseis. Outros oficiais da costa do Pacífico contaram que os mísseis eram derrubados com frequência por naves alienígenas – afirmou.
As armas nucleares podem pôr fim à Terra. O arsenal atual pode explodir o planeta 100 vezes. Mesmo que não exploda, o céu ficaria encoberto de poeira por anos, o que inviabilizaria a vida no orbe. Isso é chamado de Armagedom, o fim da Humanidade. O clube das potências nucleares é pequeno, mas todos os países ricos, inclusive o Brasil, têm capacidade de construir a bomba atômica. A pergunta que se faz é: para quê?