Pela primeira vez em 10 meses, os empresários da indústria estão otimistas com o futuro da economia brasileira. É o que aponta levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado no último dia 10. Em agosto, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) cresceu 2,1 pontos, passando de 51,1 pontos para 53,2 pontos. Ao se afastar da linha divisória dos 50 pontos, o indicador mostra que a confiança está maior e mais disseminada entre os empresários. O ICEI é composto por dois subíndices. O Índice de Condições Atuais, que mede a percepção dos industriais sobre a situação da economia e das empresas no presente, em relação aos últimos 6 meses, e o de Expectativas, que projeta o cenário para a economia e os negócios nos próximos 6 meses. O componente que mede a projeção para o futuro da economia saltou de 48,2 para 51,5 pontos, ultrapassando a marca dos 50 pontos pela primeira vez desde outubro do ano passado. Já em relação ao futuro das empresas, o componente passou de 56,7 para 58,6. Com o aumento do otimismo sobre o futuro da economia e das empresas, o Índice de Expectativas fechou agosto em 56,2 pontos. “Certamente o anúncio do corte da taxa básica de juros, a Selic, já no início de agosto, influenciou esse resultado e trouxe uma confiança maior para os empresários, o que se refletiu no ICEI”, afirma o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo. Vice-presidente da Frente Parlamentar Mista da Indústria, o deputado federal Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) afirma que o governo federal tem trabalhado para dar previsibilidade aos agentes econômicos e que isso permitiu a diminuição da taxa de juros. Ele diz que, quanto mais os juros caem, mais o consumo cresce e, por consequência, há impacto positivo sobre a indústria e outros setores produtivos. “Quanto mais os juros baixam, tem mais crédito e as pessoas tomam mais empréstimos para consumir e empreender. Isso é fundamental. A redução é muito saudável para o Brasil e vou torcer para que se equilibre cada vez mais”, pontua. O otimismo em relação ao futuro da economia percebido entre os industriais pode ser percebido em outras frentes, diz o parlamentar. “A perspectiva do mercado em janeiro era o país crescer de 0,6% a 0,8% em 2023. Hoje, a gente já percebe o mercado sinalizando 2,5% a 2,6%. Isso é um movimento importante.” Condições atuais O indicador que mede o sentimento dos industriais quanto ao presente econômico e dos negócios também subiu em agosto. Agora, está em 47,3 pontos. O Índice de Condições Atuais continua abaixo dos 50 pontos, o que demonstra uma percepção de piora da atividade, em comparação há 6 meses. No entanto, o avanço permite afirmar que essa percepção ficou mais fraca e menos disseminada entre os empresários do setor. Copom do Banco Central diminui taxa de juros de 13,75% para 13,25% Em junho, indústria cresceu em seis de 15 locais pesquisados pelo IBGE