Empresários da pequena indústria estão confiantes pela primeira vez no ano

Diário Carioca
Empresários da pequena indústria estão confiantes pela primeira vez no ano

Os empresários da indústria de pequeno porte demonstraram estar confiantes pela primeira vez em 2023. Segundo o Panorama da Pequena Indústria divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para empresas de 10 até 49 funcionários aumentou 1,3 ponto entre junho e julho de 2023, passando de 50,6 pontos.  É a primeira vez este ano que o indicador ultrapassa a linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança e a falta dela, mas ainda segue abaixo da média histórica de 52,8 pontos. O pesquisador e economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), Stéfano Pacini, explica que a pequena indústria reflete o cenário da indústria brasileira como um todo em 2023. “Durante o ano de 2023, [a indústria] vem andando de lado; ela vem tendo resultados com variações muito pequenas, quando a gente olha para produção física da indústria. O que isso quer dizer quando a gente olha para os fatores macroeconômicos da economia brasileira? A gente vê principalmente uma taxa de juros alta, um alto endividamento, dificuldade de reaquecer a demanda e, por fim, neste ano, um arrefecimento da inflação.” Principais problemas Segundo o levantamento da CNI, os empresários da indústria de pequeno porte indicaram que a carga tributária está em primeiro lugar no ranking dos principais problemas enfrentados pela indústria da transformação, com 41,6% das indicações. Para a indústria da construção, as taxas de juros elevadas estão em primeiro lugar, com 33,3%.  O economista do FGV Ibre explica que a alta taxa de juros pode impactar na tomada de crédito, que é fundamental para o desenvolvimento da pequena indústria. “Uma taxa de juros alta torna o crédito mais caro. Por uma ótica do produtor, a gente vê uma cautela em relação a fazer novos investimentos para aumentar a produção. E pela ótica do consumidor, ele pensa duas vezes antes de fazer uma compra a prazo, porque o parcelamento fica mais caro. E junto disso, com uma taxa de juros mais alta, a gente tem observado taxas de inadimplência muito altas no Brasil.” O deputado federal Carlos Chiodini (MDB-SC) destaca a importância da reforma tributária para melhorar o ambiente de negócios do país, especialmente da indústria.  “Os próprios estudos apontados pela CNI e por outras confederações, por universidades de renome nacional e internacional, comprovam isso. Vai tornar o sistema tributário mais simples de ser apurado e a indústria é o setor que vai ser o mais beneficiado na minha opinião. Com o advento da nova forma de cobrar imposto, ela vai poder ser mais competitiva lá na ponta, divulgando melhor os seus resultados para os investidores. Então tenho certeza que a reforma tributária vem ao encontro dessas prioridades e vai simplificar a vida do empresário brasileiro deixando a indústria mais competitiva.” O economista do FGV Ibre, Stéfano Pacini, também ressalta a importância da reforma tributária para o empresário industrial. “O setor industrial é o que tem a maior oneração dentro da carga tributária. Isso vai trazer uma descompressão de custos para o empresário, o que torna o negócio mais atrativo também.” Comissão aprova cronograma da reforma tributária com votação no dia 4 de outubro No Senado, setor produtivo pede exclusão de imposto estadual da reforma tributária Ainda de acordo com o levantamento da CNI, o Índice de Perspectivas da indústria de pequeno porte — que capta as expectativas para os próximos seis meses — apontou um aumento de 2,1 pontos em julho de 2023 e alcançou 49,5 pontos. O resultado é o maior do ano até o momento e está acima da média histórica de 46,9 pontos. Segundo a CNI, a melhoria do indicador de perspectivas está relacionada à melhoria das expectativas de demandas e do nível de atividades para os próximos meses.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca