Rio de Janeiro receberá reunião de Cúpula do T20, grupo de pensamentos de política pública do G20

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O T20 é um “banco de ideias” para o G20, com especialistas de alto nível para discutir questões políticas - Marcos de Paula/Prefeitura do Rio

O Rio de Janeiro sediará, em 2024, a reunião de cúpula do T20 (Think 20), um dos mais importantes grupos de engajamento do G20  – formado pela 20 maiores economias do mundo. A decisão foi anunciada pelo presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), José Pio Borges, na abertura do seminário “Thinking 20, a Global Order for Tomorrow”, no Palácio da Cidade, em Botafogo, com a participação do economista e professor da Universidade de Columbia, Jeffrey Sachs, e do prefeito do Rio, Eduardo Paes.

O T20 é um “banco de ideias” para o G20, com especialistas de alto nível para discutir questões políticas relevantes e temas como macroeconomia, comércio internacional, digitalização tecnológica, energia limpa e multilateralismo.

– A retomada do protagonismo abre caminho para que o Rio, uma verdadeira cidade global, se faça ouvir nas discussões sobre a reforma do sistema financeiro internacional. E mais do que isso, para que possa assumir a tarefa de liderar as transformações necessárias nas cidades. O G20 é, neste momento, a nossa Olimpíada do PIB. As reuniões e a agenda reformista do grupo podem aproximar projetos e políticas públicas com seu financiamento. Com o G20, temos a chance histórica de receber, ao longo de um ano, tomadores de decisão que afetam a economia de todo o mundo – afirmou Eduardo Paes.

As recomendações do T20 são apresentadas aos grupos de trabalho do G20, reuniões ministeriais e de cúpula de líderes para ajudar a definir medidas políticas concretas. No fim deste ano, o Brasil assume, pela primeira vez, a presidência do G20. A reunião de Cúpula do grupo também será no Rio de Janeiro, prevista para os dias 18 e 19 de novembro.

– Esse seminário é um evento preparatório e o primeiro de muitos. Na medida em que os temas do G20 forem definidos, uma série de eventos o ocorrerá ao longo do próximo ano. E hoje anuncio que o Comitê Organizador do T20 elegeu a cidade do Rio para a realização da cúpula. Ela será um marco importantíssimo do processo político do G20, pois é nela que se entrega as recomendações para a presidência do G20. A realização da cúpula do T20, presidida pelo Brasil, é um grande desafio e contamos com a participação e apoio de todos – disse José Pio Borges.

Para o presidente do Comitê Rio G20, Lucas Padilha, o T20 terá uma grande importância para a cidade do Rio antes do encontro do G20.

– A partir de novembro começa a presidência brasileira do G20, o Rio de Janeiro se posiciona como a capital do G20 em 2024. O que isso significa? É uma estratégia da Prefeitura do Rio de aproximar os grupos de engajamento do G20, entre eles o T20. Trata-se de uma cúpula importante para formação da opinião pública, das opiniões dos governos e para pautar o G20.

O governo federal definiu o Comitê Organizador do Think 20 Brasil (T20 Brasil), formado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), que mobilizará centros de pesquisa e think tanks e contribuirá com a produção do pensamento estratégico dentro do G20.

– O G20 é um fórum que apresenta cada vez mais um papel importante na coordenação econômica, na busca da estabilidade financeira global e no desenho de novas fontes de financiamento para o desenvolvimento sustentável. E o T20 tem uma continuação importante a dar, justamente porque ele permite uma visão de conjunto, diferentemente de outros grupos de engajamento – declarou a diretora da Funag, Márcia Loureiro.

– A agenda de desenvolvimento é fundamental para o Brasil. Nosso país, com toda a força que tem sido colocada na agenda internacional, também pode se colocar no debate e pode, ainda que não influencie diretamente a agenda, mas que coloque em debate questões relevantes dentro da agenda do G20, deixando um legado da presidência brasileira para o futuro – disse a presidente do Ipea, Luciana Servo.

O objetivo do seminário internacional “Thinking 20, a Global Order for Tomorrow” foi dar um passo na preparação do Brasil para a presidência do Think 20 (T20), em 2024. Por isso, uma das vozes mais importantes nas lutas a favor da sustentabilidade e contra a pobreza mundial, o economista e professor da Universidade de Columbia, Jeffrey Sachs.

Jeffrey Sachs ministrou uma palestra no painel “Mundo em transformação: perspectivas e desafios globais”. Sachs é copresidente, juntamente com o prefeito Eduardo Paes e a prefeita de Paris Anne Hidalgo, da Comissão Global para Finanças Urbanas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Esse comitê tem por objetivo fortalecer o financiamento internacional nas cidades e, globalmente, para alcançar os ODS definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

– Minha proposta básica para o G20 é focar no que precisa ser feito, no que nós dissemos que precisa ser feito. Foquem nos objetos de desenvolvimento sustentável, no Acordo de Paris e na convenção de biodiversidade. E foquem nas necessidades financeiras de quem precisa – afirmou Jeffrey Sachs.

Também participaram do seminário Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, o embaixador Mauricio Carvalho Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, o embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luciana Servo, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a embaixadora Marcia Loureiro, presidente da Fundação Alexandre Gusmão (Funag), e José Pio Borges, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

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