O melhor caminho para o desenvolvimento sustentável da mineração na Amazônia passa pela materialização do ESG. Esta percepção foi defendida pelos especialistas Gonzalo Enriquez, diretor da Agência de Inovação Tecnológica da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Katia Mello, sócia-fundadora da Diagonal, durante o painel “ESG na Mineração”, realizado na Exposibram 2023, em Belém (PA). De acordo com Gonzalo, o modelo tradicional de produção baseado na baixa agregação de valor é um dos principais problemas da Amazônia e deve ser substituído por uma alternativa produtiva que inclua comunidades tradicionais e populações originárias. Nesse processo, a universidade pode contribuir bastante, “pois tem um ambiente diverso, que incorpora minorias”. Katia Mello, da Diagonal, defendeu que o ESG deve ser abordado sob as “lentes” da abordagem territorial para a mineração– “considerando a análise social a partir do uso do território”, dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e da Materialidade, onde “o planeta não é mais importante que as pessoas, é apenas mais fácil de medir e quantificar”. Katia salientou ainda que a plataforma da EU para Finanças Sustentáveis já considera o conceito de taxonomia social dentro de três objetivos: trabalho digno ao longo de toda a cadeia de valor; padrões de vida e bem-estar adequados para os consumidores finais; e comunidades inclusivas e sustentáveis. O principal desafio do ESG é padronizar e quantificar o impacto social, pois falta uma padronização de métricas sociais – “os investidores, especialistas e empresas descrevem o S de maneiras diferentes e, sem precisão na definição, não é possível medir o impacto social”. Katia finalizou sua apresentação afirmando que “a visão de materialidade não considera o impacto social que pode afetar positivamente o desempenho financeiro de uma empresa por meio da vantagem competitiva, crescimento de negócios, propósito da marca e garantia da licença social para operar”.