Quase 300 estudantes muçulmanas compareceram às aulas no primeiro dia do ano letivo nesta segunda-feira (4), usando abaya, vestido tradicional islâmico proibido pelo governo francês na última semana. As informações são da agência de notícias Anadolu. Segundo comunicado do ministro da Educação, Gabriel Attal, ao menos 67 meninas se recusaram a trocar de roupa. Ao defender o rigoroso código de vestimenta do regime europeu, sob pretexto de laicidade das instituições, Abbal insistiu que “não queremos conseguir identificar a fé dos alunos por suas roupas”. Com apoio “inflexível” do presidente Emmanuel Macron, o Ministério da Educação proibiu vestes islâmicas nas escolas, com destaque para o abaya – de uso feminino – e o qamis ou thawb – espécie de camisa que chega aos tornozelos usada por homens e meninos. Na segunda-feira (4), Macron defendeu o uso de uniformes nas escolas, consistindo de jeans, camiseta e jaqueta. Na sexta-feira, Vincent Brengarth, advogado da Ação por Direitos dos Muçulmanos (ADM) reportou na rede social X, antigo Twitter, ter aberto um recurso para pedir a suspensão da proibição, ao apontar violação de liberdades fundamentais. A Suprema Corte da França deve começar a analisar o caso na tarde de hoje. A medida alimentou críticas ao governo em Paris, acusado de assediar a minoria islâmica por meio de comentários e políticas discriminatórias, incluindo invasões a mesquitas e entidades beneficentes e uma lei “anti-separatismo” cujo alvo são especificamente os muçulmanos. LEIA: ONU critica França por proibir vestes islâmicas nas escolas