Dezenas de rabinos israelenses assinaram uma petição para que o colono Amiran Ben-Uliel, condenado por assassinar três membros da família Dawabsheh em um incêndio criminoso, receba leniência – isto é, abrandamento de sua pena. Segundo informações do jornal israelense Yedioth Ahronoth, a “petição atípica” submetida ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pede que Ben-Uliel deixe o confinamento solitário e seja enviado a uma ala especial para detentos religiosos – onde poderá desfrutar de certos privilégios. “Desde o encarceramento de Ben-Uliel, há sete anos e meio, ele permanece só em sua cela, em completo isolamento, nas condições mais duras de detenção”, alegou a petição. “Sob as circunstâncias presentes, nos indigna ver prisioneiros palestinos com sangue em suas mãos celebrando nas prisões, recebendo melhor tratamento [sic]”. LEIA: Financiamento coletivo de assassinos israelenses expõe racismo antipalestino enraizado A petição dos religiosos sionistas ignora, portanto, condições degradantes e generalizadas de prisioneiros políticos palestinos, muitos dos quais detidos sob mandado militar sem sequer julgamento ou acusação, sob negligência médica, tortura e outras violações. Ben-Uliel foi condenado a três penas perpétuas mais 20 anos de prisão pelo atentado contra a residência da família Dawabsheh, na aldeia de Duma, na Cisjordânia ocupada. Riham e Saad Dawabsheh foram mortos no ataque, junto de seu filho Ali Saad, de apenas 18 meses. O primogênito do casal, Ahmed, então com cinco anos de idade, sobreviveu; porém, com graves queimaduras por todo o corpo. Em 2020, Ben-Uliel foi considerado culpado por três acusações de homicídio doloso, duas de tentativa de homicídio, além de incêndio criminoso e conspiração para crime de ódio – isto é, motivado por discriminação racial. LEIA: Por que o terrorismo colonial de Israel continua a escalar?