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segunda-feira, novembro 25, 2024

Número de idosos em situação de pobreza no país alcançou 2,8 milhões no ano de 2022

BrasilNúmero de idosos em situação de pobreza no país alcançou 2,8 milhões no ano de 2022

Entre 2012 e 2022 o percentual de idosos passou de 7,72% para 10,49% da população brasileira, o que em termos absolutos significa um aumento de 15,2 para 22,4 milhões. Acompanhando este movimento, a composição etária da pobreza no Brasil vem se modificando. Se, em 2012, 2,9% da população em situação de pobreza era composta por idosos, em 2022 esse percentual sobe para 4,2%. Em termos absolutos, é um aumento de 2,0 para 2,8 milhões de idosos vivendo abaixo da linha de pobreza. No que se refere à população extremamente pobre, o percentual de idosos subiu de 1,4% para 3,1%, o que representa um aumento absoluto de 216 mil idosos em situação de extrema pobreza em uma década.

As informações constam no relatório Incidência de Pobreza entre os Idosos: 2012-2022, produzido por pesquisadores do PUCRS Data Social: Laboratório de desigualdades, pobreza e mercado de trabalho (pucrs.br/datasocial). Os dados são provenientes da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo trabalha com as linhas de US$6,85 PPC/dia para pobreza e US$2,15 PPC/dia para a extrema pobreza, assim como definidas pelo Banco Mundial. Em valores mensais de 2022, a linha de pobreza é de aproximadamente R$636,52 per capita/mês e a linha de extrema pobreza é de aproximadamente R$199,78 per capita/mês. Idosos que vivem em domicílios com renda per capita abaixo desses valores estão em situação de pobreza e/ou de pobreza extrema.

O recorte utilizado no estudo abrange pessoas com 65 anos ou mais de idade, sendo este valor baseado nos critérios de aposentadoria (INSS) e do acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Segundo o professor Andre Salata, coordenador do PUCRS Data Social, “os dados refletem o processo de transição demográfica pelo qual o país vem passando; e, diante dele, novos desafios irão surgir, como o envelhecimento da pobreza, que num futuro não tão distante irá demandar ajustes nas políticas sociais”.

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O estudo também analisa a composição da renda dos idosos. Entre jovens e adultos, a maior parte da renda tem como fonte o mercado de trabalho. Já entre os idosos, no entanto, os rendimentos do INSS assumem protagonismo, de modo que em sua ausência a renda deles sofreria uma queda de 59,8%. Na ausência da renda do INSS, a taxa de pobreza entre os idosos aumentaria 53,4 pontos percentuais, e a extrema pobreza subiria 44 pontos percentuais. Nesse aspecto, a situação dos idosos destoa bastante daquela encontrada entre jovens e adultos, tanto para a pobreza quanto para a extrema pobreza.

Segundo a professora Izete Bagolin, pesquisadora do PUCRS Data Social e uma das autoras do estudo, “o envelhecimento da pobreza também aumentará a importância e a necessidade de atenção às redes de proteção aos idosos, pois estes dependem prioritariamente dos recursos provenientes da aposentadoria ou do benefício de prestação continuada. Em função disso, além de garantir o acesso a esses benefícios, será necessário garantir, também, que os valores a serem pagos sejam capazes de viabilizar uma vida digna para um maior contingente de idosos”.

Rio Grande do Sul

Também em relação à composição etária da pobreza, observamos no Rio Grande do Sul movimento similar ao ocorrido no país ao longo dos últimos anos. Em 2012, 2,6% da população em situação de pobreza no Rio Grande do Sul era composta por idosos. Dez anos depois, em 2022, esse percentual subiu para 4,5%. Em termos absolutos, isso significa que o número de idosos em situação de pobreza chegou a 87,3 mil no ano de 2022 no Rio Grande do Sul. Já em relação à extrema pobreza, a participação dos idosos cresceu de 3,6% para 5% nos últimos 10 anos, fazendo o número de idosos gaúchos em situação de extrema pobreza chegar a 15,3 mil.

Além disso, o estudo também destaca a evolução das taxas de pobreza e de extrema pobreza entre os idosos no estado ao longo da última década. É possível perceber que, durante a pandemia, o percentual de idosos gaúchos em situação de pobreza aumentou significativamente, chegando ao patamar de 6,9% em 2021. Apesar da queda em 2022, quando a taxa caiu para 5,7%, o recuo não foi suficiente para colocá-la no mesmo patamar que encontrávamos antes da pandemia.

Confira o estudo completo e todos os dados em pucrs.br/datasocial/pobreza-entre-idosos-no-brasil

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