Os Estados Unidos lamentaram a falta de consenso do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a eventual condenação às operações de resistência do movimento palestino Hamas, durante sessão de emergência a portas fechadas.
Antes de iniciar a sessão, convocada pela presidência rotativa do Brasil, a Casa Branca instou todos os Estados-membros a rechaçar o ataque surpresa da resistência palestina a Israel, na manhã de sábado (7).
“Um bom número de países condenou os ataques do Hamas, mas obviamente não todos”, destacou Robert Wood, emissário adjunto dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU). “Vocês podem imaginar quem são sem que eu precise dizer”.
Segundo diplomatas, nenhum país introduziu uma proposta de resolução conjunta, sob duro de debate, apesar de ponderações neste sentido.
O Conselho de Segurança costuma se manter dividido sobre a questão palestina.
“Minha mensagem era para interromper os combates, obter um cessar-fogo imediato e chegar a negociações significativas, o que é dito há décadas”, reiterou Vassily Nebenzia, embaixador russo na ONU. “Isso se deve, em parte, a questões mal resolvidas”.
Seu homólogo chinês, Zhang Jun, insistiu que “Pequim condena toda violência contra civis” e destacou a necessidade de retomar o processo de paz rumo à solução de dois Estados.
O embaixador israelense Gilad Erdan pressionou os Estados-membros: “Esta atrocidade inimaginável deve ser condenada. Israel deve receber apoio para se defender”.
O representante permanente do Estado palestino nas Nações Unidas, Riyad Mansour, contrapôs: “Lamentavelmente, a história para alguns políticos e parte da imprensa só começa quando israelenses são mortos”.
“Jamais aceitaremos uma retórica que nega nossa humanidade e nossos direitos, uma retórica que ignora a ocupação de nossa terra e a opressão de nosso povo”, reafirmou Mansour.
“Não é hora de Israel dobrar sua aposta em suas escolhas terríveis. É hora de dizer a Israel que é preciso mudar de curso, que há um caminho para a paz, onde nem palestinos, nem israelenses são mortos”.