Chanceler da Colômbia sugere expulsão de embaixador israelense

Diário Carioca
Embaixador israelense à Colômbia, Gali Dagan, em Bogotá, 16 de outubro de 2023

Em uma medida que representa uma drástica mudança na política nacional em relação a Israel, o governo da Colômbia optou por expulsar o embaixador israelense, Gali Dagan. O Ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, exigiu um pedido de desculpas de Dagan depois que ele insultou o presidente Gustavo Petro por fazer uma comparação entre o genocídio ocorrido em Gaza, provocado por Israel, e o Holocausto nazista.

“A história da diplomacia universal registrará a arrogante insensatez do embaixador israelense na Colômbia em relação ao Presidente da República”, afirmou Leyva na plataforma de rede social X (Twitter). “É uma vergonha. O mínimo que se espera é um pedido de desculpas e sua retirada. Questões de inteligência devem ser tratadas com inteligência. Há Estados em jogo.”

https://twitter.com/AlvaroLeyva/status/1713918357726961963

O chanceler também destacou que ninguém sensato pode apoiar uma política de destruição total, independentemente de sua origem, uma vez que isso viola a dignidade humana e resulta na morte de inocentes. Ele mencionou que a Doutrina de Paz Total de Gustavo Petro se baseia nos princípios da justiça e do direito internacional.

A disputa de palavras entre Petro e Dagan nas redes sociais começou após o presidente colombiano denunciar o massacre em Gaza, ao que Dagan respondeu com escárnio. No início da semana, Petro ameaçou romper as relações com Israel como resposta ao genocídio em Gaza, afirmando que não apoia genocídios e que o presidente da Colômbia não deve ser insultado.

Ele também convocou a América Latina a mostrar solidariedade real com a Colômbia, ameaçando que a história eventualmente dará a última palavra. Petro lembrou o apoio do exército israelense a milícias de extrema-direita na Colômbia, incluindo o treinamento fornecido às Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), que foram descritas em 2003 pela rede Al Jazeera como o pior violador de direitos humanos em toda a América.

Petro fez um apelo por reconciliação no futuro, destacando que um dia o exército e o governo de Israel deverão pedir desculpas pelo que seus soldados fizeram em território colombiano, desencadeando um genocídio. Ele expressou sua vontade de abraçar aqueles de Israel para lamentar tanto o Holocausto quanto os eventos em Gaza, e também mencionou a busca pela derrota do nazismo em prol da humanidade, democracia, paz e liberdade no mundo.

Além disso, a Colômbia suspendeu as exportações de equipamento de segurança de Israel em retaliação ao apoio de Petro aos palestinos de Gaza. Lior Haiat, porta-voz da chancelaria israelense, convocou a embaixadora colombiana em Tel Aviv, Margarita Manjarrez, para repreendê-la por supostos “comentários hostis e antissemitas” feitos por Petro.

A situação em Gaza permanece tensa, com intensos bombardeios de Israel sobre os 2.4 milhões de civis sitiados na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, em resposta a uma operação de resistência liderada pelo movimento Hamas. Até o momento, pelo menos 2.700 palestinos foram mortos em uma semana, e quase dez mil ficaram feridos.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca