Os Estados Unidos não têm intenção de enviar tropas de infantaria para auxiliar na invasão israelense à Faixa de Gaza sitiada, declarou Jack Kirby, coordenador de Segurança Nacional do governo do presidente Joe Biden.
“Não há planos de pôr tropas americanas em campo”, disse Kirby, ao afirmar que Biden espera “obter uma noção dos israelenses sobre a situação em campo, e sobretudo seus objetivos, seus planos, suas intenções, nos dias e semanas porvir”.
Kirby insistiu aos repórteres a bordo da aeronave Força Aérea Um que o presidente fará “perguntas difíceis” ao premiê israelense Benjamin Netanyahu e outros líderes coloniais durante sua visita ao Estado ocupante.
Conforme Kirby, o presidente democrata está “indignado, entristecido” com o bombardeio executado por Israel ao Hospital Baptista al-Ahli em Gaza, cujo número de mortos — entre pacientes, médicos e pessoas que buscavam abrigo — pode exceder mil pessoas.
Ao pousar, entretanto, Biden reforçou seu apoio ao genocídio contra os palestinos de Gaza, sob pretexto de guerra contra o movimento de resistência Hamas, ao alegar que a explosão parece ter sido causada “pelo outro lado”.
Israel aventou a tese de que a explosão decorreu de um foguete disparado pela resistência palestina. A escala da destruição e registros de vídeo, porém, demonstram o contrário, com elementos característicos da tecnologia bélica israelense.
Hananya Naftali, assessor de Netanyahu, chegou a vangloriar-se do ataque na rede social X (Twitter): “A Força Aérea de Israel atingiu uma base terrorista do Hamas [sic] dentro de um hospital em Gaza. Diversos terroristas mortos [sic]”. Mais tarde, apagou a postagem.
A explosão que aniquilou o hospital cristão na noite de terça-feira (17) parece ter abalado os planos de Biden de realizar uma “missão diplomática” no Oriente Médio, com líderes árabes rescindindo seu encontro com o presidente americano.
Sobre a cúpula em Amã, capital da Jordânia, Kirby justificou o cancelamento por “motivos mútuas”, ao afirmar que o presidente palestino Mahmmoud Abbas decidiu se retirar para “retornar a sua casa para os três dias de luto”.
Kirby sugeriu que Biden planeja conversar com Abbas e com o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, após sua turnê em Israel. Segundo o assessor, Washington está próximo de estabelecer um quadro geral para envio de assistência humanitária a Gaza.
O Ministério de Relações Exteriores em Amã confirmou o cancelamento da cúpula prevista para esta quarta-feira (18), com presença de Biden, Sisi, Abbas e o rei jordaniano, Abdullah II, após o bombardeio israelense ao hospital em Gaza.
O chanceler jordaniano Ayman al-Safadi afirmou à imprensa: “Após consultar nossos irmãos na Palestina e no Egito e informar os Estados Unidos, decidimos não conduzir a cúpula pois, caso conduzida, queremos que produza uma solução definitiva, isto é, acabar com a guerra, respeitar a humanidade dos palestinos e entregar-lhes a assistência que merecem”.
Segundo al-Safadi, cabe à comunidade internacional acabar com o derramamento de sangue, cuja continuidade é uma “desgraça para toda a humanidade”.