![Palestinos deixam suas casas após bombardeios israelenses em Rafah, na Faixa de Gaza, em 18 de outubro de 2023 [Mohammed Abed/AFP via Getty Images]](https://uploads.diariocarioca.com/2023/10/GettyImages-1730515049-scaled-e1697700541171.webp)
Um oficial de alto escalão do Egito, em condição de anonimato, ironizou apelos pelo deslocamento dos palestinos de Gaza ao sugerir que a Europa abrigue um milhão de refugiados, caso se preocupe “tanto com direitos humanos”.
O governo no Cairo expressa frustração crescente sobre a pressão de países ocidentais para que abra a travessia de fronteira de Rafah, entre Gaza e Egito, e possibilite que os palestinos sob bombardeios israelenses sejam realocados na região do Sinai.
Conforme o jornal Financial Times, um oficial europeu foi informado da frustração egípcia sobre a insistência em aceitar refugiados dos massacres executados por Israel. Segundo a fonte, os egípcios estão “muito, muito furiosos”.
“Você quer que a gente receba um milhão de pessoas”, reagiu um oficial. “Vou enviá-los à Europa. Vocês se preocupam tanto com direitos humanos, vocês que os recebam”.
Ao intensificar seu bombardeio, Israel pretende expulsar os palestinos de Gaza via Rafah, ao sul, em direção ao deserto do Sinai. A medida equivaler a transferência forçada — ilegal sob a lei internacional.
O Cairo, até então, resistiu aos esforços ao reforçar a fronteira. Palestinos na região são alvejados por mísseis israelenses.
Embora alegue boas intenções ao não desejar um novo deslocamento dos palestinos de suas terras, observadores alertam que o regime egípcio teme o impacto econômico que viria com o grande influxo de refugiados.
Caso os palestinos atravessem a fronteira, há a possibilidade de que sejam isolados em uma “zona neutra” de menos de 14 km da fronteira — novamente em um estado de limbo
