A zona oeste do Rio de Janeiro é dominada por milícias, que controlam cerca de 50% da região. Os ataques a ônibus na segunda-feira (24) são um exemplo da força do crime organizado na área.
Os ataques, que deixaram 35 ônibus e um trem queimados, foram uma resposta à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, ligado à milícia. Faustão era o número 2 na hierarquia da milícia em Santa Cruz e Campo Grande, na zona oeste.
Um morador da zona oeste, que não quis se identificar por medo de represálias, contou que a população vive sob terror. “Até a água que a gente bebe é determinada pela milícia. A gente pode comprar no raio da nossa casa por um valor. Se eu trabalho em outro bairro mais distante, e lá for mais barato, eu não posso levar para onde eu moro por risco de sofrer alguma violência”, disse.
O professor José Claudio Sousa Alves, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, afirma que as milícias são organizações paramilitares que se infiltraram no Estado. “Elas têm poder político, econômico e social”, disse Alves.
O coordenador do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro, Carlos Nhanga, defende ações estruturais para enfrentar o crime organizado. “A busca por líderes de determinadas organizações não vai, sozinha, solucionar a questão”, disse.
Com informações da Ag Brasil