Disparos israelenses perto da fronteira ferem cidadãos do Egito

Diário Carioca
Danos deixados por um míssil disparado contra um edifício em Taba, na região do Mar Vermelho, perto da fronteira entre Egito e o território considerado Israel [Reprodução/X]

Cerca de cinco egípcios foram feridos por um bombardeio contra edifícios em Taba, cidade egípcia na região do Mar Vermelho, perto da fronteira com o território designado Israel — ocupado durante a Nakba ou “catástrofe”, mediante limpeza étnica, em 1948.

O porta-voz do exército egípcio, coronel Gharib Abdel-Hafez, reportou que um “drone não identificado” colidiu com um prédio adjacente a um hospital em Taba, nas primeiras horas de sexta-feira (27). As informações são da emissora de televisão local Al Qahera.

Outro projétil caiu perto de uma usina de energia elétrica em uma área árida da cidade de Nuweiba, informaram duas fontes de segurança à agência Reuters.

Segundo relatos difundidos nas redes sociais, o disparo foi proveniente de Israel.

O exército israelense confirmou “ciência” do incidente nos arredores de Taba — “fora de nossas fronteiras”.

Taba é um balneário do Mar Vermelho popular entre turistas, situado do lado oposto de Eilat, cidade portuária israelense, a mais de 350 km de Gaza.

O episódio ocorreu dias após fragmentos de um projétil disparado por um tanque israelense atingirem “acidentalmente” ao território egípcio, ferindo sete pessoas, incluindo guardas de fronteira, segundo militares de ambos os países.

A região vive tensões, à medida que Israel pressiona pela transferência compulsória dos 2.4 milhões de palestinos de Gaza ao deserto do Sinai. O Egito recusa o plano, apreensivo sobre consequências socioeconômicas.

O Egito assumiu um papel ativo em negociar acesso humanitário aos palestinos, obter a soltura dos prisioneiros de guerra em Gaza e buscar um cessar-fogo. Sua proximidade à escalada, no entanto, impõe riscos — assim como a Líbano, Síria e Jordânia.

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O massacre em curso na Faixa de Gaza é retaliação à chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, ação de resistência do grupo Hamas que cruzou a fronteira por terra e capturou colonos e soldados, em 7 de outubro deste ano.

A ação decorreu de recordes de escalada colonial em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, além de 17 anos de cerco militar a Gaza. Os ataques israelenses desde então equivalem a punição coletiva, genocídio e crime de guerra.

Ao promover o cerco absoluto a Gaza — sem luz, sem água, sem comida —, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.

Ao menos 7.326 pessoas — dentre as quais, quase três mil crianças — foram mortas por Israel até então, além de mais de 15 mil feridos. Outros milhares estão desaparecidos — provavelmente mortos — sob os escombros.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca