O Rio de Janeiro registrou alta de casos de violência sexual contra a mulher em 2022, segundo o Dossiê Mulher do ISP, órgão vinculado ao governo do estado do Rio. Foram 7.363 casos, o que corresponde a 5,9% de alguma forma de violência contra a mulher. O número é o maior desde 2014.
Segundo o ISP, uma das explicações é que o resultado pode ser associado a “uma maior confiança no sistema de justiça criminal, juntamente com a expansão dos canais de denúncia e ampliação de iniciativas voltadas para a conscientização sobre os crimes inerentes a essa modalidade de violência, contribuindo significativamente para o aumento das notificações”, afirma o dossiê.
O maior tipo de violência sofrida foi a psicológica: 43.594 casos nos 12 meses do ano passado em todo o estado. Na sequência, houve 38.576 registros de violência física. Violência moral e violência patrimonial (controlar dinheiro, deixar de pagar pensão alimentícia, furto, extorsão ou dano, além de destruição de documentos pessoais, entre outros) correspondem a 30.132 e 6.039, respectivamente.
Em sua totalidade, mais de 125 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica e familiar no estado do Rio de Janeiro, ou seja, 14 mulheres sofreram algum tipo de violência por hora em 2022. Cerca de 21 mil delas relataram que foram vítimas de violências simultâneas – a maior combinação foi entre as violências Psicológica e Moral, seguida pela Física e Psicológica.
Mais da metade das mulheres possuíam entre 30 e 59 anos, e 15,8% das idosas foram agredidas pelos seus próprios filhos. Cerca de metade dos autores eram os companheiros ou ex e a maior parte das violências ocorreram dentro de uma casa.
Em 2022, 111 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado do Rio de Janeiro. Mais de 60% das vítimas tinham entre 30 e 59 anos de idade e eram negras. Os companheiros ou ex-companheiros representam a grande maioria dos autores (80,2%). Cerca de dois terços destas mulheres eram mães e, 57 delas tinham filhos menores de idade – em 17 das ocorrências, os filhos presenciaram os crimes.
Análise:
O aumento dos casos de violência sexual contra a mulher no Rio de Janeiro é um sinal preocupante. É importante que as autoridades públicas e a sociedade civil continuem trabalhando para combater essa forma de violência, que é um crime grave e que pode ter consequências devastadoras para as vítimas.
É preciso garantir que as mulheres vítimas de violência tenham acesso a serviços de apoio e proteção, como atendimento psicológico, jurídico e social. Também é importante promover ações de conscientização sobre o tema, para que a sociedade entenda que a violência sexual é um problema sério e que deve ser combatido.